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| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

O aumento da oferta de terrenos disponíveis à venda é mais um sinal de que o mercado imobiliário está andando de lado. Em fevereiro de 2015, mais de 3,3 mil lotes estavam à espera de um comprador em Curitiba, um acréscimo de 520 unidades no comparativo com o mesmo mês de 2014. Voltando um pouco no calendário, o crescimento do estoque é ainda mais significativo e chegou aos 37,5% nos últimos três anos. Os dados são do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), ligado ao Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR).

Lotes em condomínio são os preferidos dos compradores

Junto com os terrenos de Zona Residencial 2 e 3 (ZR2 e ZR3), os lotes em condomínios fechados integram boa parte da oferta disponível para venda em Curitiba. Em fevereiro, 740 unidades deste segmento estavam à espera de um comprador na capital.

A busca pela segurança e qualidade de vida aliada à liberdade de morar em uma casa faz com que a demanda por este tipo de imóvel se mantenha estável, favorecendo a liquidez e a valorização do setor. Nos últimos 12 meses até fevereiro, o preço médio do metro quadrado em condomínio foi reajustado em 21%, passando dos R$ 628 para R$ 760, segundo o Inpespar.

Para os terrenos localizados na rua, os principais atrativos para a comercialização são o zoneamento e o preço, seguidos da localização e infraestrutura da região. “O investidor busca zoneamento, testada e taxa de ocupação do terreno. Localização e infraestrutura pesam mais para quem vai construir para morar”, explica Cleusa Cordeiro, gerente administrativa da Gonzaga Imóveis.

A escassez de áreas vazias bem localizadas na cidade– que fez com que as construtoras migrassem para a aquisição de lotes já edificados para desenvolver seus projetos– explica, em parte, o avanço da oferta. “Nos bairros próximos às áreas centrais, as empresas compram terrenos com construções que são demolidas para dar espaço à uma nova incorporação”, explica Maurício Ribas Moritz, presidente do Inpespar.

A desaceleração da oferta de novos lançamentos é outro aspecto. Cleusa Cordeiro, gerente administrativa da Gonzaga Imóveis, conta que há casos de pequenas e médias construtoras que procuram a imobiliária pedindo a avaliação de seus terrenos para coloca-los à venda.

Valorização

A evolução do preço dos terrenos nos últimos anos também é apontada pelos especialistas como um fator restritivo à venda . De janeiro de 2012 a fevereiro deste ano, os terrenos acumularam valorização média de 35,5%, com o metro quadrado comercializado a R$ 1 mil neste mês.

No comparativo entre fevereiro de 2015 e o mesmo mês do ano passado, no entanto, a variação no preço – de 6,3% – aponta para um cenário de estabilidade. O índice ficou abaixo da inflação registrada no período, que foi de 8,4% de acordo com o IPCA. “Tivemos uma época de prosperidade. Hoje, assim como os demais segmentos, a tendência é a de que os terrenos acompanhem a inflação”, projeta Moritz.

Para Edson Luis Esquinazi, proprietário da Roma Imóveis e presidente da Rede Paraná, o aumento dos custos e a dificuldade de contratação de mão de obra para a construção das residências, aliada à oferta de apartamentos novos, fez com que os clientes optassem pela compra dos imóveis prontos em vez dos terrenos. “O financiamento do imóvel construído também é mais facilitado, o que é outro estímulo”, acrescenta.

Todos esses fatores somados interferem não apenas no crescimento da oferta, mas no tempo para a comercialização dos terrenos, que era de 112 dias em fevereiro, de acordo com o Secovi-PR. Na imobiliária Gonzaga, esta média passou de quatro para oito meses, em média.

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