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Comercial

Cresce o estoque de lojas para locação

Ano difícil da economia elevou a oferta em Curitiba, que chegou a 878 unidades em novembro

O mau desempenho da economia afetou os negócios, elevando o número de imóveis vagos | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
O mau desempenho da economia afetou os negócios, elevando o número de imóveis vagos (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

A oferta de lojas à espera de novos negócios cresceu 9% de janeiro a novembro em Curitiba. O número de espaços disponíveis para locação passou de 806 para 878. Os dados são do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), ligado ao Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR).

INFOGRÁFICO: A oferta de lojas em Curitiba cresceu quase 9% de janeiro a novembro, veja

Eventos como a Copa do Mundo e as eleições e o ano difícil da economia nacional, que levou ao fechamento de negócios e à entrega dos pontos comerciais, são apontados como as principais razões para o aumento da oferta.

"O setor imobiliário acompanha muito o que acontece no cenário econômico nacional. O setor de serviços e varejo não foi bem e cresceu pouco em 2014, em torno de 2%, enquanto em anos anteriores esse crescimento chegava aos 7%. O varejo está sentindo essa esfriada, e, com isso, a locação dos espaços comerciais vai ficando mais fraca", explica Lucas Dezordi, coordenador do curso de Ciências Econômicas da Universidade Positivo (UP). O economista lembra que o aluguel é um dos custos fixos mais significativos sobre o orçamento das empresas, podendo corresponder a 15% da receita do negócio, em alguns casos.

Para Maurício Ribas Moritz, vice-presidente de Economia e Estatística do Secovi-PR, outro aspecto que tem interferido no desempenho do comércio é a reorganização do trânsito na cidade, especificamente no que diz respeito aos estacionamentos públicos. "No Centro, ficou proibido estacionar em algumas ruas, como a Visconde de Guarapuava, por uma necessidade de tráfego. Isso é necessário para a cidade, mas começou a afastar os clientes e a atrapalhar os comércios que dependiam desses espaços para que os compradores pudessem parar", diz.

Assim como ocorreu com os conjuntos comerciais, aumentou, ao longo do ano, o tempo médio para a locação das lojas. Entre janeiro e novembro, o acréscimo foi de sete dias corridos, mantendo acima dos quatro meses o prazo para que os proprietários vissem os imóveis ocupados. "Há lojas em pontos específicos, principalmente os da Rua XV de Novembro, que demoram menos para serem locadas em comparação com os imóveis de bairro", conta João Françolin Tomazini, diretor-geral da Imobiliária Cilar.

O acréscimo da oferta, somado ao maior tempo para a locação dos imóveis, fez com que o reajuste do valor do aluguel ficasse em 2,53%, menos da metade da inflação registrada no período (5,6%). "O porcentual bem abaixo da inflação reflete a lei da oferta e procura, que obriga os proprietários a segurar os preços e negociar mais", acrescenta Tomazini.

Para os locatários, este é um momento oportuno, uma vez que a maior disponibilidade de imóveis favorece a pesquisa e a opção pela melhor oferta, lembra Dezordi, da UP.

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