Assim como outros itens de lazer, como o salão de festas e a quadra poliesportiva, o parquinho ou playground é uma exigência de boa parte dos compradores de imóveis, principalmente aqueles que têm filhos e querem um lugar seguro para as crianças brincarem. O problema é que nem sempre o playground é construído corretamente e se torna motivo para preocupação com o bem-estar das crianças. "A principal causa de hospitalização de crianças de 1 a 14 anos no Brasil é a queda, acima de qualquer outro problema ou doença. Grande parte dos acidentes ocorre dentro de casa, mas o parquinho mal-construído é certamente um ambiente de risco", diz a coordenadora de formação de mobilizadores da ONG Criança Segura, Alessandra Françóia.
Ela diz que as regras para a construção de parquinhos, que constam nas normas 14.350-1 e 14.350-2, de 1999, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), são pouco conhecidas dos pais. Nesses documentos estão questões como a altura máxima para os brinquedos e os tipos de piso recomendados.
"Inclusive em 2009 essas normas serão atualizadas com base em normatizações européias (NP-NE 1176-1/7)", ressalta a arquiteta especializada em espaços infantis e que faz projetos em parceria com a fábrica de pisos especiais de borracha Haiah, Mara Cabral. Segundo o Conselho Regional de Engenharia, Agronomia e Arquitetura do Estado do Paraná (Crea-PR), fora os cuidados com a construção do espaço, a fabricação e a instalação dos brinquedos devem sempre ter a supervisão de um profissional da área de Mecânica.
O arquiteto José Vicente Lopes, do escritório Dória Lopes Fiuza, comenta que o primeiro cuidado a ser tomado é a escolha de um espaço ventilado, iluminado e, principalmente, com grande visibilidade. "Até para facilitar o cuidado dos pais, o parquinho deve ficar ao alcance da vista de todos os moradores". É interessante também escolher um terreno com uma arborização frondosa para incentivar o contato da criança com a natureza. Outro detalhe importante é que a área seja acessível para pessoas de todas as idades, com ou sem deficiência.
O parquinho não pode ser sinônimo só de brinquedos. "Cerca de 70% da área deve estar livre. As áreas de circulação também são importantes. Para brinquedos com uma altura de 1,40 metro, por exemplo, recomenda-se uma circulação livre de 2,70 metros", afirma Mara.
Quanto aos equipamentos houve vários avanços em relação aos materiais e ao design. Junto aos tradicionais de madeira e metal, os de plástico reforçado também ganharam espaço. "As gangorras que antigamente causavam acidentes, hoje estão mais seguras, não prendem a criança embaixo nem a jogam no chão quando a outra sai do contrapeso. No caso dos balanços, bancos mais leves evitam as pancadas fortes na cabeça", exemplifica Mara.
Tão importante quanto à tecnologia é a criatividade na hora de criar os parquinhos. Uma solução interessante é buscar brinquedos fora do tradicional, que estimulem as brincadeiras, mas minimizem, ao máximo, o risco de acidentes. "Gosto muito dos brinquedos mais lúdicos que estimulam as crianças a criarem suas próprias brincadeiras. O meu campeão é a casinha de Tarzã, que pode ser usada por meninos e meninas. Em um projeto de um condomínio de Santa Felicidade fiz uma cidadezinha, com várias casinhas, onde as crianças brincam soltas, sem perigo", conta a paisagista Claudia Canales, acostumada a projetar espaços externos de condomínios.
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