O cenário macroeconômico, de inflação alta e redução do poder de compra das famílias, passou a ter reflexos, também, sobre o mercado de consórcios de imobiliários. Depois de acumular altas de mais de 40% na venda de novas cotas e de crédito comercializado em 2015, até novembro, o setor viu tais indicadores caírem no primeiro quadrimestre de 2016, no comparativo com o mesmo período do ano passado.
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Entre janeiro e abril deste ano, 63,5 mil novas cotas foram vendidas no país, número 3,1% menor do que o registrado entre os mesmos meses de 2015. Como consequência, o volume de crédito comercializado também apresentou queda, de 5,3%, passando de R$ 7,58 bilhões para R$ 7,18 bilhões nos iguais períodos de 2015 e 2016, respectivamente. Os dados são da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac).
“Notamos que a instabilidade causada pela crise econômica, aliada à renda apertada das famílias, faz com que os consumidores adiem temporariamente seus investimentos, o que afeta o sistema de consórcio”, avalia Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac.
41,2%
foi a participação dos consórcios na venda de imóveis no Paraná, no primeiro trimestre de 2016. O porcentual coloca o estado na liderança nacional do índice, de acordo com a Abac.
No ano
No acumulado do ano, por sua vez, o cenário é mais positivo. De acordo com Rossi, desde fevereiro o setor apresenta uma reação com a elevação do número de cotas comercializadas, que passou de 14,6 mil naquele mês para 17,6 mil em abril – aumento de 20,5%.
Tal alta também foi percebida na Ademilar Consórcio de Investimento Imobiliário, que registrou crescimento de cerca de 50% na venda de novas cotas até junho, segundo Tatiana Schuchovsky Reichmann, diretora-superintendente da empresa.
“A dificuldade da liberação do crédito para a compra de imóveis no mercado faz com que a busca pelo consórcio seja cada vez maior. Nós também ampliamos o número de licenciados da marca, o que contribui para o aumento das vendas”, explica.
Para Rossi, o fato de as pessoas entenderem que o planejamento prévio possibilitará a elas terem vantagens financeiras quando a crise passar é outro ponto que tem estimulado o setor.
Ticket médio
Em abril, o ticket médio das cotas de consórcio imobiliário no país era de R$ 111,9, ante os R$ 116,6 mil do mesmo mês de 2015. O valor é 34,9% mais baixo do que a média registrada na Ademilar, que ficou na casa dos R$ 172 mil no primeiro semestre deste ano.
Uma das justificativas para esta diferença, segundo Tatiana, é o custo mais elevado do metro nos estados onde a empresa atua – Paraná, São Paulo e Santa Catarina –, em relação a outras regiões do país, o que acaba puxando a média para cima.
Maioria dos consorciados busca modalidade para ampliar patrimônio
A ampliação do patrimônio ainda é o principal objetivo dos consumidores que adquirem uma carta de consórcio. Na Ademilar Consórcio de Investimento Imobiliário, eles representam 60% dos consorciados, ante os 12% que veem na modalidade o meio para adquirir o primeiro imóvel, de acordo com Tatiana Schuchovsky Reichmann, diretora-superintendente da empresa.
“O consorciado [geralmente] é a pessoa que já tem um imóvel e quer adquirir outro para ampliar seu patrimônio ou garantir uma rentabilidade mensal com o aluguel”, acrescenta.
Tipo de imóvel
Entre os imóveis adquiridos pelos contemplados, 51,52% referem-se a bens residenciais urbanos, segundo dados da Abac. Para o presidente executivo da entidade, Paulo Roberto Rossi, estes imóveis têm maior apelo para moradia ou investimento, o que faz com que tenham a preferência dos consorciados.
Quase empatados na segunda posição, com 16,96% e 16,64% das intenções de compra, estão os terrenos e a construção ou reforma do bem. Os imóveis de veraneio, localizados na praia ou no campo, ocupam a sexta posição na pesquisa, representando 2,56% da destinação das cartas contempladas.
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