As opções de imóveis verticais novos em Curitiba e região se multiplicarão em 2010, com um volume de lançamentos que deve chegar a 16 mil unidades. A estimativa é da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário no Estado do Paraná (Ademi-PR). Gustavo Selig, presidente da entidade e diretor da Hestia Construções e Empreendimentos, acredita que para atender o programa do governo federal "Minha Casa, Minha Vida" serão lançadas seis mil unidades no próximo ano. "Como ainda há demanda reprimida para o médio padrão, a previsão é que este setor e o de alto padrão lancem entre 9 e 11 mil unidades verticais ano que vem, contra cerca de 6 mil de 2009", afirma.Para o diretor da Brain Consultoria, Fábio Tadeu Araújo, as últimas notícias da economia brasileira empolgam os empresários e os futuros compradores. Ele cita os bons dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostram um aumento no número de empregos formais (em novembro foram criados 246,7 mil postos de trabalho com carteira assinada, a melhor marca para o mês desde 1992), e a taxa de desemprego, divulgada na sexta-feira passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que ficou em 7,4% em novembro, a menor do ano. "Há também algumas instituições projetando crescimento na ordem de 6% para 2010. Todas essas notícias ajudam o setor imobiliário a crescer, porque para comprar imóveis é preciso renda e crédito."
Pela pesquisa Tendência Imobiliária em Curitiba, do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR), cerca de sete mil novos apartamentos para pessoas com renda acima de R$ 2,5 mil serão absorvidos anualmente até 2013. "Há demanda de intenção de compra para os próximos quatro anos", frisa o consultor da entidade, Marcos Kathalian.
Pulverização
Os lançamentos acontecerão em vários pontos da cidade, com destaque para a região do Ecoville e dos bairros Portão e Cabral. "São regiões promissoras. As duas últimas especialmente por terem estruturas comercial e pública muito boas", analisa Selig. Ele adianta que sua construtora, a Hestia, lançará três empreendimentos no primeiro semestre, dois na Vila Izabel e um no Seminário. Serão 112 apartamentos de médio e alto padrão. No segundo semestre ele prevê, ao menos, um lançamento no Cabral.
Luiz Rodrigo Castro Santos, diretor comercial do Grupo LN, diz que neste ano a empresa lançou três empreendimentos (1,5 mil unidades). "No próximo ano, apenas no primeiro semestre serão lançadas o mesmo número de unidades de todo 2009."
De acordo com o executivo, alguns dos oito lançamentos previstos poderiam ter sido feitos em 2009, mas a empresa optou por esperar a reação da economia à crise financeira mundial. "Com o cenário atual e as modalidades de financiamento dentro do prazo de obra, os empreendimentos serão vendidos na planta, o que gera fluxo de caixa e fortalece o setor", analisa.
O diretor presidente do Grupo Thá, Sandro Westphal, fala em termos de investimento e vislumbra R$ 480 milhões em lançamentos para Curitiba e região e também para Santa Catarina em 2010. "A concentração será na classe média, com produtos entre R$ 100 mil e R$ 300 mil. Mas teremos também um grande lançamento no programa Minha Casa, Minha Vida, na região sul da cidade", diz.
Já o grupo Plaenge, com as marcas Plaenge e Vanguard lançou seis residenciais em 2009. Para 2010 serão nove, quatro no segmento do primeiro imóvel e cinco voltados para o alto padrão. "Serão cerca de 1.050 unidades", diz o diretor do grupo, Fernando Fabian.
A Invespark, que trabalha com apartamentos compactos e edifícios comerciais, informa que serão lançados cinco novos produtos na região central, com aproximadamente 1.000 unidades residenciais.
No segmento de alto padrão, a construtora Hugo Peretti, que lançou um edifício em 2009, lançará dois em 2010, um no Batel e outro no Alto da Glória.
Preço
A estimativa da Ademi-PR é que haja um incremento de 20% a 22% no preço dos imóveis até o fim de 2010. "Só até junho os imóveis devem ter valorização entre 12% e 13%", prevê Selig.
Esse valor também é esperado por Gerson Carlos da Silva, diretor da Galvão Vendas. "Há muitos lançamentos, mas o mercado absorve esse volume, o que garante os preços", explica. A imobiliária trabalhará em 30 lançamentos verticiais e horizontais no próximo ano e planeja quase dobrar o número de corretores que passarão de 200 a 350 até o meio do ano.
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