Mercado
Crescimento menor do CUB não deve refletir no preço dos imóveis
O investimento das construtoras e incorporadoras para a construção de um metro quadrado subiu 74% na comparação entre abril de 2010 e o mesmo período de 2014, segundo dados do Sinduscon-PR. Em valores nominais, o custo passou de R$ 852,36 para R$ 1.153,13 para o padrão de referência R8-N.
Já o preço dos apartamentos novos em Curitiba, segundo pesquisa da Ademi-PR, apresentou variação média de quase 35% entre 2010 e março de 2014 menos da metade do acréscimo recebido pelas construtoras. "As margens da incorporação diminuíram para que as empresas pudessem arcar com esse aumento", explica Gustavo Selig, presidente da Ademi/PR. Essa diferença deverá ser repassada gradativamente ao consumidor por meio do aumento do valor dos imóveis para não inviabilizar a construção dos empreendimentos. "Não acredito na redução de preços nos próximos anos, porque as construtoras estão com margens muito apertadas e terão que transferir esse aumento. Mas ele não deve acontecer do dia para a noite, vai levar pelo menos um ano para se perceber esse acréscimo real no preço de venda", afirma.
Segundo Selig, esta distorção entre o CUB e o valor dos imóveis se dá pelo fato de o índice não englobar a totalidade dos custos da construção civil, como o valor do terreno e da fundação, além dos investimentos em áreas comuns, no projeto e na documentação do empreendimento, fatores decisivos na composição de preço do imóvel.
O custo da construção civil medido pelo chamado CUB (Custo Unitário Básico) do metro quadrado está desacelerando. Após atingir um pico de 13% ao ano em 2008, ano do boom imobiliário, o CUB acumulado dos últimos 12 meses recuou para 6% e ficou abaixo da inflação registrada no período 6,28%.
O recuo que poderia estimular quem está planejando adquirir um imóvel , não deve ter reflexos diretos nos preços para o consumidor final. Apesar da queda do indicador, o valor do metro quadrado continua subindo, impulsionado por outros custos que não fazem parte do CUB, sinalizam as entidades do setor.
Até meados de 2013, o CUB da construção civil crescia, em média, 8% ao ano, mas depois começou a avançar num ritmo menor. Segundo o vice-presidente da área técnica de banco de dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Paraná (Sinduscon-PR), Ubiraita Antônio Dresch, a desaceleração aponta uma acomodação do setor imobiliário relacionada à produção e à demanda pelos produtos. "Está havendo um ajuste natural, que é compatível com o tamanho do nosso mercado. Antes tínhamos uma demanda bastante grande, que hoje já está ajustada", explica.
Esse cenário já se reflete na redução dos lançamentos imobiliários. Em 2011, foram 11,1 mil apartamentos novos em Curitiba contra 7,523 mil em 2012, segundo a Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR). A estimativa da entidade para 2014 é que o total de unidades lançadas na cidade fique entre 6 e 8 mil.
Em relação ao CUB, a previsão do Sinduscon-PR para os próximos meses é a de que o índice se mantenha estável e sem grandes altas, variando entre 6% e 8% ao ano. Dresch lembra que, apesar da estabilidade do indicador, o CUB é uma base sobre como está a variação de preço na construção civil e não interfere diretamente no valor final do imóvel, que considera outros fatores que não entram no cálculo do CUB.
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