Na empolgação em aproveitar as recentes medidas governamentais que envolvem a redução de taxa de juros e mais facilidades para a compra da casa própria, é preciso estar atento aos gastos extras (não incluídos no valor do imóvel). Despesas com certidões, escritura, averbação no registro de imóvel e impostos podem chegar até 4% do valor total do bem.
No financiamento os gastos são ainda maiores. O mutuário pode ter de pagar ao banco a Taxa de Abertura de Crédito (TAC), a Taxa de Inscrição e Expediente (TIE) e a avaliação do imóvel. São despesas cobradas para a análise de crédito e para a inscrição do mutuário ao financiamento, que podem custar juntas em média R$ 800.
De acordo com o consultor da Associação Brasileira de Moradores e Mutuários de Curitiba (ABMM), Paulo de Tarso, atualmente muitos agentes financeiros não têm cobrado a taxa de abertura de crédito como uma forma de acirrar a concorrência. "Em contrapartida, a avaliação é paga pelo mutuário. O banco envia um perito ao imóvel para ver se o valor do financiamento é compatível com o preço do bem. Este procedimento custa em média até R$ 400", diz.
Surpresa
O funcionário público Paulo Sérgio do Nascimento teve de adiar a reforma do apartamento financiado para conseguir comprar o imóvel. Motivo: foi surpreendido com os custos "extras". "Na propaganda parece tudo muito simples e acessível, mas no final é uma dor de cabeça. Não sabia que os gastos com documentação e impostos não estavam incluídos no valor total do bem. Por isso, precisei usar o dinheiro economizado da reforma para conseguir realizar meu sonho da casa própria", afirma.
Nascimento comprou um apartamento no valor de R$ 61 mil e as despesas custaram mais R$ 3 mil. "A avaliação feita pelo engenheiro custou R$ 200, mais R$ 305 do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), R$ 687 da averbação no registro de imóveis e R$ 430 das despesas com o banco", explica. O restante foi gasto com certidões e um despachante, que decidiu contratar para ajudá-lo na organização dos documentos.
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