Apesar das mofificações estruturais, arquitetura original é mantida até hoje| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Serviço

O Solar do Barão oferece diversos cursos abertos à comunidade como ateliês permanentes de gravura em metal, xilogravura, desenho em HQ e manga e fotografia básica. O espaço também é aberto para visitação gratuita – visitas monitoradas devem ser agendadas previamente.

Horário: das 9h às 12h e das 13h às 18h (2ª a 6ª feira)12h às 18h (sábados, domingos e feriados)

Endereço: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533 - Centro

Informações: (41) 3321-3367

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Solar do Barão abre série de reportagens

O Solar do Barão inaugura uma série de reportagens que a Gazeta do Povo apresenta sobre alguns dos principais casarões históricos de Curitiba. Nos próximos domingos, no Caderno de Imóveis, o leitor poderá conhecer a história e descobrir as curiosidades destes espaços que fazem parte da memória e do dia a dia da cidade.

Lei do patrimônio histórico

O prefeito Gustavo Fruet assinou na última terça-feira (27) o projeto de lei de Proteção do Patrimônio Cultural de Curitiba. Encaminhado para apreciação da Câmara Municipal, o texto prevê a criação de instrumentos fiscais que incentivem a preservação do patrimônio cultural edificado e imaterial da cidade, como a redução do IPTU, parcerias entre a iniciativa pública e privada e enquadramento em leis de incentivo à cultura. A elaboração do projeto envolveu diversos órgãos, como o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Fundação Cultural de Curitiba (FCC), Secretaria Municipal de Urbanismo e Procuradoria Geral do Município. Hoje, cerca de 600 imóveis na capital são considerados de interesse de preservação e podem ser beneficiados pela aprovação da lei.

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No burburinho da Rua Presidente Carlos Cavalcanti, o Solar d o Barão abriga hoje um complexo cultural de Curitiba
Solar do Barão é tombado como patrimônio histórico do Paraná
Solar oferece diversos cursos à comunidade

Em meio ao movimento constante do trânsito, a exuberância e a cor avermelhada do Solar do Barão chamam a atenção até dos passantes mais desavisados. Construído no final do século 19, o imóvel passou por diversos usos – de residência a instalação militar – até se transformar em um importante complexo cultural de Curitiba.

As obras do Solar tiveram início em 1880, quando o ervateiro Ildefonso Pereira Correia, mais conhecido como Barão do Serro Azul, mudou-se com a família de Paranaguá para Curitiba. Com sólida formação cultural, resultado dos tempos de estudo em São Paulo e no Rio de Janeiro, o Barão designou aos projetistas e construtores italianos Ângelo Vendramin e Batista Casagrande a responsabilidade pela obra. "Artesãos especializados, os italianos eram muito procurados para os projetos de obras na cidade", conta Marcelo Sutil, coordenador de pesquisa histórica da Fundação Cultural de Curitiba.

Engana-se, entretanto, quem pensa que o casarão sempre teve sua forma atual. A construção original contemplava apenas o bloco central (A) do complexo. Em 1894, em decorrência do fuzilamento do Barão durante a Revolução Federalista, a baronesa ergueu uma nova residência – o bloco da direita (B), onde funciona hoje o Museu da Fotografia – e lá morou com os três filhos enquanto alugava o solar para garantir os rendimentos.

Na ampliação, a baronesa procurou manter a mesma linguagem da primeira construção, caracterizada pela arquitetura eclética. "Este estilo arquitetônico traz a mistura de vários outros. No Solar encontramos janelas neoclássicas em arco pleno, assim como adornos e elementos decorativos que marcam as casas dos ervateiros desse período", explica Claudio Forte Maiolino, arquiteto e professor na área de patrimônio da PUC PR.

Estado

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Em 1912, o Exército Nacional ocupou o imóvel e realizou outras alterações estruturais. O bloco da esquerda (C) e a parte da garagem, onde está instalada a Gibiteca, foram acréscimos dos militares ao projeto.

Na metade da década de 1970, o prédio foi adquirido pela prefeitura de Curitiba e, dois anos depois, foi tombado pelo governo estadual. Em 1980, teve início a obra de restauro, que durou três anos. "O projeto de restauro previa a manutenção de todo o processo pelo qual o prédio passou. Foram mantidas as adaptações do exército, alguns objetos do barão e da baronesa e pinturas no teto e nas paredes que fazem parte da história da edificação", explica Sutil.

O Solar do Barão, da forma como o conhecemos hoje, foi inaugurado em 1980. Além dos museus da Gravura e da Fotografia e da Gibiteca, o espaço abriga o Centro de Documentação e Pesquisa Guido Viaro, uma biblioteca especializada em artes. A Sala Scabi, destinada a apresentações e discussões culturais e ambientes para exposições também integram o complexo.

Serviço