Na contagem regressiva pela realização da Copa do Mundo de 2014, que será no Brasil, a 8ª Bienal Internacional de Arquitetura (BIA) traz para o pavilhão do Parque Ibirapuera, em São Paulo, uma programação diversificada sobre o tema "Ecos Urbanos", tendo como pano de fundo a influência dos grandes eventos esportivos nas cidades que os recebem.
Com atrações que vão desde uma série de painéis com grafite a workshops e fórum de debates, a expectativa é que pelo menos 200 mil pessoas visitem a Bienal até o próximo dia 6, último dia da exposição. "Nessa edição, nosso objetivo foi não restringir o evento a arquitetos, mas atrair o interesse do público em geral, chamando a atenção para a importância da arquitetura nos grandes projetos coletivos e como uma cidade que recebe um mega evento pode se preparar", explica a arquiteta Rosana Ferrari, presidente-executiva da 8ª BIA e presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil Departamento de São Paulo (IAB/SP), entidade promotora do evento.
Este ano, o tema central da Bienal é dividido em quatro partes: espacialidade, conectividade, originalidade e sustentabilidade. "Reunindo esses assuntos chegamos à sigla Ecos Urbanos, uma maneira de mostrar que o trabalho de todo arquiteto tem de passar por esses quatro princípios para ser efetivo", diz. Para ressaltar a importância desses conceitos, a estrutura do evento também foi dividida em quatro partes e cada andar do pavilhão é dedicado a um desses assuntos.
A partir dessa reflexão sobre as ações desenvolvidas pelos arquitetos, principalmente no contexto das interferências causadas pelos grandes eventos esportivos, a Bienal pretende discutir a importância da Copa do Mundo de 2014. "Precisamos debater sobre a qualificação urbana causada por esses eventos e o legado que eles deixam nas cidades-sede", comenta. Segundo Rosana, a proposta é mostrar como essas competições podem ser importantes para melhorar a estrutura das cidades. "A realização de um mundial é muito positiva para um país se tudo for planejado adequadamente, tendo a preocupação de avaliar todas as interferências para que se possa minimizar os impactos negativos das obras", afirma.
Atrações
Rosana explica que este ano o destaque da programação é a diversidade. Localizado no último andar do pavilhão, um ambiente que vem chamando a atenção dos visitantes é a exposição das cidades brasileiras escolhidas para receber jogos do Mundial de 2014. "Esse espaço traz painéis fotográficos e fichas com textos sobre essas cidades, comentando sobre projetos novos que devem ser produzidos especialmente para o evento e reformas que podem ser realizadas para que elas possam se adequar aos jogos", explica. O espaço conta com uma maquete de como deve ficar o visual do estádio do Morumbi, em São Paulo, após passar por algumas modificações.
A programação ainda oferece uma série de 12 workshops sobre as cidades-sede da Copa. "Haverá discussão sobre cada cidade, comentando a estrutura que já tem para receber os jogos e de que forma precisa se reestruturar para atender às demandas do evento, pegando como exemplo outros países que passaram por essa situação, como a Espanha, que produziu as Olimpíadas de 1992 em Barcelona", diz. Os workshops se estendem até o fim de novembro e ocorrem em ciclos de uma semana, quando são comentadas quatro cidades. A discussão sobre Curitiba está marcada para entre os dias 24 e 27 deste mês, em conjunto com Belo Horizonte, Fortaleza e Natal.
Entre outras atrações, para quem gosta de arte urbana, há quatro painéis em pontos diferentes da Bienal produzidos por grafiteiros de São Paulo. "São peças grandes, com 10 metros de largura, e com temas diversos, mostrando a importância e a beleza desse tipo de trabalho", conta.
Se a intenção é conhecer um pouco mais sobre arquitetura e a proposta dos Ecos Urbanos, o visitante também pode conferir o Fórum Permanente de Debates, evento que se estende até o fim da feira com a participação de profissionais brasileiros e estrangeiros, trazendo discussões dentro dos temas tratados pela Bienal.
Com tantas opções, Rosana diz estar orgulhosa da programação oferecida este ano. "Estou muito contente com o resultado porque tivemos pouco tempo, mas conseguimos realizar um evento interessante, com muitas atrações e mostras realmente atraentes não só para arquitetos, mas para o público em geral", diz.
Serviço:
A 8ª Bienal Internacional de Arquitetura (BIA) será realizada até o dia 6 de dezembro, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo do Parque do Ibirapuera, em São Paulo. De terça a quinta, das 12h às 22h e sextas, sábados, domingos e feriados, das 10h às 22h. Os ingressos custam R$12. Mais informações pelo site www.8bia.com.br.
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