O aumento do preço da energia elétrica e do gás natural somado à tendência sustentável dos empreendimentos imobiliários têm feito com que as incorporadoras invistam cada vez mais em tecnologias verdes que gerem economia, como as placas de aquecimento solar. Mais comum nas residências, o sistema começa a chegar também aos empreendimentos verticais, seja para o aquecimento da água dos apartamentos ou dos espaços comuns, como as piscinas.
Um dos prédios que conta com o sistema em Curitiba é o Ucrânia Champagnat Residence, recém-entregue pela Swell Construção e Incorporações, no Champagnat. Leonardo Pissetti, engenheiro civil e diretor de empreendimentos da incorporadora, diz que a opção pelo aquecimento solar se deve ao desejo da empresa de fazer desta uma obra para marcar sua história na capital – este é o 36º edifício entregue pela construtora na cidade. “Este empreendimento está localizado no ponto mais alto do bairro e não possui outros prédios no entorno, o que também favorece a adoção desta tecnologia, que está presente desde o início do desenvolvimento do projeto”, diz.
De 40% a 50%
é a economia média obtida com o aquecimento solar da água em relação aos gastos com o gás natural. Embora não seja um fator decisivo para a compra do imóvel, o sistema atrai pelas vantagens para o bolso.
Outro empreendimento que receberá as placas solares é o Le Chateau, em construção pela Cyrela. Silvia Fernandes, gerente de incorporações da construtora, conta que o alto padrão do empreendimento – com apartamentos de 283 m² privativos e 11 pontos de água em cada unidade – motivou a empresa a buscar atributos com os quais ainda não havia trabalho.
Sistema
Ao receber os raios solares, as placas aquecem a água, que circula por serpentinas até ser transportada para os reservatórios, a partir dos quais desce aquecida para os apartamentos. Por isso, a cobertura dos prédios foi o local escolhido pelas empresas para a instalação das placas e também dos reservatórios, o que otimiza o aproveitamento do sol e a distribuição para as unidades.
O investimento realizado pela Swell para instalar o sistema – com 39 m² de placas e 2,6 mil litros de capacidade do reservatório – foi de R$ 92 mil e é suficiente para abastecer as 22 unidades do Ucrânia Champagnat. No Le Chateau, onde as placas somam 108 m² de área, o gasto ficou entre 5% e 6% do custo total da obra. Nos dois casos, a tecnologia está acoplada ao sistema de gás natural, que pode ser utilizado para complementar o aquecimento em dias de pouco sol.
Para os incorporadores, o principal benefício da adoção da tecnologia é a vantagem competitiva que oferece ao atrair os clientes para os empreendimentos. “O sistema não chega a ser um fator decisivo para a compra, mas os clientes apreciam a possibilidade de poder utilizá-lo”, conta Silvia.
Placas solares aquecem também a água das piscinas
Além do uso nos apartamentos, a adoção de placas solares representa uma boa solução para aquecer, também, a água utilizada nas piscinas dos empreendimentos. No Le Chateau, da Cyrela, por exemplo, o sistema será conjugado para distribuir a água tanto para as unidades quanto para esta área comum.
Outra construtora que utiliza esta tecnologia nas piscinas é a Plaenge. O gerente regional William Max Ribeiro diz que todos os empreendimentos da empresa na capital contam com o sistema em decorrência, principalmente, do clima de Curitiba, que demanda o aquecimento das piscinas. Como elas ficam fora das torres, os projetos preveem a instalação das placas diretamente sobre suas próprias coberturas. Segundo Ribeiro, nas piscinas não há reservatórios, pois o aquecimento ocorre por um sistema de recirculação da água, em um circuito piscina-placa-piscina. “Esta é a melhor forma de aquecer a água sem causar danos ao meio ambiente, pois utiliza uma fonte de calor gratuita, abundante e limpa, que é o sol. Ela ainda tem um baixo custo operacional e de manutenção”, avalia o gerente.
De acordo com Ribeiro, a Vanguard Home, do Grupo Plaenge, também estuda a possibilidade de incluir a tecnologia em seus futuros lançamentos.
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