Planta baixa
A planta baixa é a representação gráfica do corte horizontal de um imóvel, à altura de 1,5 metro a partir da base. Trata-se de um diagrama onde estão representados os cômodos, paredes, janelas, portas e pontos da instalação elétrica e hidráulica. Acabamentos, detalhes da construção e nivelamento entre os ambientes também podem ser vistos.
Etapas
Há vários tipos de plantas para representar espaços e estágios diferentes de um mesmo imóvel. Conheça a denominação de alguns documentos e o que eles representam:
- Levantamento arquitetônico: apresenta como a casa está. Costuma condizer com o projeto existente na prefeitura. Também pode ser elaborado por um profissional que vai ao local, tira as medidas e passa para o papel, refazendo o documento.
- Construir/Demolir: no caso de reforma, essa planta é elaborada com as indicações do que será demolido e o que será construído. Existe uma legenda específica para as paredes que ficam e as que serão derrubadas.
- Layout: documento detalhado que indica como ficará a casa. Os móveis estão apenas locados para posicionar de forma mais correta os pontos elétricos e demais projetos complementares. Essa planta não compreende o projeto de interiores e o mobiliário.
- Anteprojeto: esboço inicial de uma construção, onde estão as primeiras indicações de como será o imóvel.
- Projeto básico: esboço de plantas que são levados ao poder público para aprovação. Já contém a maior parte das informações sobre o imóvel.
- Projeto executivo/construtivo: mais detalhado, composto pela planta e demais projetos.
- As built: "como construído"; é a finalização do projeto. Além do projeto executivo, estão contidas nesse documento todas as alterações que foram necessárias durante a obra.
Fonte: João Virmond Suplicy Neto e Lucille Amaral.
Não é difícil entender a planta arquitetônica de um imóvel. Trata-se do desenho da construção, representado por um corte horizontal à altura média de 1,5 metros, mostrando cômodos, abertura de portas e janelas, localização de mobiliário e equipamentos sanitários. Essa representação é um dos documentos mais relevantes para quem adquire o imóvel, pois a partir dele é possível identificar todos os detalhes de uma casa ou apartamento.
Na hora da construção, é a planta que dá base para executar a obra. A partir das orientações presentes no desenho são feitas as instalações. Para a reforma, ela é fundamental: o desenho é a representação do histórico da unidade, revelando onde estão os sistemas de eletricidade, hidráulica, calefação e os pilares de sustentação do imóvel.
"O desenho dá a visão geral, com a totalidade dos dados do imóvel. É o embasamento para construir, para reformar e também para os projetos de decoração", comenta o arquiteto Filipe Bender. Por isso, o proprietário deve guardar os papéis da planta.
"Não há uma exigência legal para receber a planta, mas ao adquirir um imóvel usado, por exemplo, o desenho facilita bastante o entendimento sobre a construção", aponta a arquiteta Lucille Amaral. Para imóveis novos, vale comparar a planta recebida na assinatura do contrato com o produto que está sendo entregue.
Bender observa que, como um raio-x do imóvel, mesmo sendo reduzida, a planta é a ferramenta mais fidedigna sobre a unidade. Em um apartamento comprado na planta, por exemplo, é essencial analisar e calcular os espaços que estão sendo indicados. "Ela indica a metragem quadrada de cada cômodo, que é um dado muito importante. Em uma projeção 3D, na qual muita gente se baseia, nem sempre é possível ter a impressão correta do tamanho do local. A planta é o instrumento mais objetivo", afirma o arquiteto.
Dados
O projeto arquitetônico de um imóvel é formado por vários documentos. Além da planta baixa de cada pavimento, no caso de um edifício ou imóvel com mais de um andar, há os projetos complementares. O projeto para a execução é composto pela planta baixa [do primeiro pavimento] e outros cortes, como a cobertura, onde estão indicados os detalhes de acabamento, especificação de esquadrias e minúcias construtivas. Além disso, documentos que explicitam as instalações elétricas, hidráulica, aquecimento, cabeamentos de telefone, internet e TV e paisagismo são incorporados para esmiuçar os detalhes do imóvel. "O arquiteto é o profissional que vai coordenar todos esses projetos e compatibilizá-los para que o imóvel tenha harmonia, sem prejuízo para o morador", explica o professor de Arquitetura da PUC-PR, João Virmond Suplicy Neto.
Ele aponta que ainda há muita irregularidades nesse sentido. "Há uma carência de registros adequados. Essa prática devia ser obrigatória. Tanto para manter obras com interesse histórico e cultural quanto para uma reforma simples, quando uma parede com uma viga não pode ser derrubada", exemplifica Suplicy.