O Mossunguê é um bairro singular. Quem anda pela Rua Paulo Gorski e seus arredores ainda encontra um pedaço da Curitiba mais provinciana, onde o tempo parece passar mais lentamente. No entanto, os grandes prédios que margeiam as duas vias rápidas que ligam ao Centro lembram que ali está uma região em franco desenvolvimento.
O despertar do interesse imobiliário pelo local começou na década de 80, quando começaram a aparecer alguns condomínios residenciais de alto padrão. Mas foi somente nos últimos dez anos que os grandes prédios se tornaram comuns, sobretudo ao longo das ruas Professor Pedro Viriato Parigot de Souza e Monsenhor Ivo Zanlorenzi. Foi nessa época que nasceu a denominação Ecoville, que hoje ganha força graças ao marketing imobiliário.
O comerciante Ricardo Cunha, dono de uma loja de paisagismo, justifica a adoção do codinome. "Os fornecedores de fora estranham no nome Mossunguê, que comercialmente não é bom. Eles imaginam algo muito distante. A promoção do nome Ecoville é positiva e coerente com o cinturão verde da região", diz.
O último grande incentivo ao desenvolvimento do bairro foi a chegada do Park Shopping Barigüi, há quase dois anos. "Depois da instalação do shopping, houve um maior interesse na área", diz Luciano Tomazini, diretor de vendas da Imobiliária Cilar.
Mas engana-se quem pensa em ver futuramente no Mossunguê um aglomerado de prédios semelhante ao de outros bairros. "Como as quadras ali são maiores, já se aplicam as novas regras da prefeitura, que determinam que quanto mais alta a construção, maiores devem ser os recuos laterais. Com isso, não se tira o sol ou a vista dos outros prédios", explica Ademir Moro, diretor da Moro Construções. "Não veremos no Ecoville o que ocorre no Batel e no Champagnat", prevê Tomazini.
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