No início da década de 70, o Santa Cândida era lembrado como um local retirado, pouco desenvolvido e distante do centro da cidade. Sua principal faixa comercial concentrava-se na parte alta do bairro, na região próxima à igreja da Paróquia Santa Cândida, fundada em 1906 por imigrantes poloneses.

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Tal concepção começou a mudar quando os projetos do Plano Diretor de Curitiba começaram a ser postos em prática na cidade. Idealizado em 1966, o plano tinha o objetivo de promover o crescimento urbano em direção aos bairros por meio da integração do transporte e do sistema viário. Este planejamento contemplou Santa Cândida com algumas realizações inovadoras no urbanismo.

Entre as primeiras pistas com espaço exclusivo para ônibus do país está a Avenida Paraná, uma das principais vias de ligação ao bairro. Em 1974 surgiu a primeira linha de ônibus expresso da capital paranaense. Era a linha Santa Cândida/Praça Rui Barbosa, mais tarde estendida até o Capão Raso. Segundo Maurício Moritz, diretor da Imobiliária 2000, a facilitação do acesso ao centro da cidade impulsionou a região. "A partir da criação do ônibus expresso, o bairro passou a se desenvolver mais velozmente", afirma o executivo.

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Atualmente, o Santa Cândida ainda conserva sua vocação eminentemente residencial, com muitas casas e poucos prédios. Adalberto Scherer, diretor da Cibraco Imóveis, identifica três características imobiliárias na região. "Há um eixo comercial nas margens da Avenida Paraná, outro com muitos sobrados, nas proximidades da igreja do Santa Cândida, e outro, que apresenta um bom potencial de crescimento na região, que são os condomínios fechados, principalmente nas proximidades da Rua Theodoro Makiolka", diz o executivo.

E se a distância em relação ao centro antes era vista como desvantagem, hoje ela pode ser encarada como virtude. "A distância pode ser vista como um fator positivo, em função da preservação da característica essencialmente residencial da região", explica Moritz.