O uso racional dos recursos naturais e a economia de itens não-renováveis começam a ser uma questão importante nos novos projetos de construção.
A arquiteta Luciana Abadie Quadrado, da Artigas & Quadrado Arquitetura, explica que nestes projetos é reaproveitado tudo o que poderia ser jogado fora e usada tecnologia inovadora para economizar água, energia elétrica, etc. Por conta disso, Luciana diz que as obras tendem a ficar mais trabalhosas, mas não necessariamente mais caras. "No entanto, tem um custo-benefício alto a longo prazo", completa. Um exemplo é a localização do empreendimento que pode ficar mais ou menos exposto ao sol, reduzindo a necessidade da climatização artificial e o gasto com aparelhos de ar-condicionado. Uma dica para resfriar o ambiente é colocar entre a parte superior da janela e o teto, treliças vazadas. "Assim, o ar quente sobe e sai."
O uso de clarabóia (abertura no teto que pode ser de vidro ou outro material transpartente) para iluminar o ambiente é outra opção, pois oferece luz mais difusa. "Independente se tem sol ou não, há pelo menos a claridade", completa. As paredes duplas também garantem o isolamento térmico. Quanto à água, o reuso já está determinado para novas construções em Curitiba, conforme legislação.
Prédio verde
Os painéis de energia solar também têm sido bastante usados. Eles esquentam a água e, no caso da energia elétrica, podem resultar em uma economia de até 50% por ano. Luciana também dá a sugestão de usar o aquecimento por meio do fogão a lenha. Ela explica que o encanamento de água em forma de serpentina passa dentro do fogão e leva a água quente para o banho. Para lugares frios, uma idéia é colocar pedras de preferência na cor preta em cima da laje. Com isso, o calor retido no material ajuda a aquecer o ambiente. "Funciona bem em lugares que são quentes de dia e frios à noite", explica Luciana.
Este uso racional de itens é a proposta do conceito de prédios verdes (Green Building), que surgiu na Europa e nos Estados Unidos na década de 1970. O arquiteto Manoel Dória, da Dória Lopes Fiuza Arquitetos Associados, explica que os prédios que seguem esta linha têm sustentabilidade ecológica e se utilizam do racionamento de energia, aproveitamento de água de chuva e reciclagem do lixo.
Serviço: Artigas & Quadrado Arquitetura (41) 3039-8910. Dória Lopes Fiuza Arquitetos Associados (41) 3014-8681. Hestia (41) 3243-1333.