Oliveira, do Edifício Muricy: amizade com condôminos e auxílio ao síndico| Foto: Henry Milléo/ Gazeta do Povo

Experiência

Há 15 anos na mesma porta

O zelador Márcio Izaque de Oliveira responde pela segurança e pela portaria do Edifício Muricy, no centro da cidade, há 15 anos. Ele e a esposa, Zenaide, trabalham no mesmo local e moram em um apartamento do prédio. A relação entre funcionários e moradores, consolidada com o tempo, fez com que os condôminos se sintam seguros quando deixam a entrada de sua residência nas mãos dos profissionais. "As pessoas ficam tranquilas porque sabem que nós vamos zelar pelo que é delas, pelo patrimônio que elas têm", comenta Márcio.

De acordo com ele, o segredo para o sucesso na profissão é evitar atrito com os moradores, entender-se bem com o síndico e ser discreto – "cego, surdo e mudo", nas palavras dele. Mesmo morando no local, ele comenta quem, para ser um bom porteiro é preciso agir com diplomacia entre os moradores e restringir a relação, que deve ser estritamente profissional. "A profissão é muito boa, você cria um vínculo, mas para isso tem de seguir todas as regras", diz. Para ele, o principal mandamento do porteiro é estar atento a quem entra e não deixar ninguém passar da porta do elevador sem a devida identificação. "Tem visitante que frequenta o condomínio há muito tempo, mas é melhor pecar pelo excesso e sempre questionar o morador, que é quem autoriza a entrada", ressalta.

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Antes de chegar a um apartamento, à casa que fica dentro do condomínio, ao consultório médico e a escritórios, é comum ter de passar pelo crivo de um porteiro. Vem dele a primeira impressão que o visitante tem do lugar, e sua postura tem reflexos na segurança do local e na convivência entre moradores e usuários.

O porteiro e demais profissionais de condomínios, como zeladores, têm de trabalhar com três objetivos prin­­cipais: garantir a segurança, auxiliar o serviço administrativo e colaborar para o convívio harmonioso de todos que usam, moram ou visitam o condomínio. Essas linhas de atuação são explicadas pelo professor do curso de portaria da Casa do Por­­teiro, Rodrigo Gonçalves. "Os moradores sempre querem e pagam mais para ter o profissional da portaria. Por isso, o porteiro tem de atender bem o telefone, ser organizado com entrega de correspondências e encomendas e nunca deixar a portaria vazia", diz ele.

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Ainda conforme o professor, quem define a função do porteiro é o síndico e a administradora de condomínio. "O porteiro tem de entender que ele é funcionário do prédio e não dos moradores. É preciso ficar atento a esse relacionamento, para manter a autonomia com relação aos moradores. Há casos em que o porteiro aceita um presente, um mimo e depois não tem como negar favores a um ou outro morador", explica o professor. Para ele, é melhor manter um distanciamento profissional para manter suas funções. "Se o porteiro cede e faz algum favor a um morador, pode acabar deixando a portaria vazia e isso jamais deve ocorrer", diz Rodrigo.

Segurança

A principal função do por­­­­­­teiro é conferir seguran­­ça ao local. Além de fazer a triagem de quem entra e confirmar se o visitante ou o prestador de serviço pode chegar às unidades, o profissional tem de estar atento à tudo que está acontecen­­do. "Esse profissional tem de estar o tempo todo li­­ga­­­­do no que está acontece. Além de evitar roubos e furtos, acidentes e incêndios de grande proporção também podem ser evitados por alguém que está ‘de olho’ em tudo", esclarece.