Curitiba cresceu, e muito, isso todo mundo sabe. O que você pode não saber é que, graças a isso, em algumas regiões da cidade os terrenos registraram valorização muito superior ao de outros segmentos do mercado imobiliário. Na média, os lotes ficaram 9,4% mais caros nos últimos 12 meses, contra 6,6% do índice de inflação oficial, o IPCA da Fipe.
A escassez de ofertas é um dos motivos por trás desta valorização expressiva. "Todas as regiões da cidade têm poucos terrenos disponíveis", afirma o diretor da AZ Imóveis, Assis Zane. Segundo ele, o Sul de Curitiba é a única área da cidade que ainda tem espaço para crescer. "Só ali há vão surgir novos loteamentos", analisa. É nessa região em que a AZ aposta que estará a demanda futura do mercado habitacional da capital paranaense, em bairros ainda pouco explorados como o Augusta onde ficam dois empreendimentos residenciais da empresa, próximos à represa do Passaúna e os já conhecidos Xaxim, Tatuquara e Sítio Cercado.
O que se vê no resto da cidade é um verdadeiro "leilão" pelos terrenos ainda vagos. Segundo o vice-presidente de comercialização do Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi), Marcos Machado, há bairros em que a valorização ficou muito acima da média simplesmente porque quase não há lotes disponíveis. "É o caso do Jardim Social", diz. Machado diz que os terrenos sempre registram altas acima da inflação. "Você não perde dinheiro nunca. A justificativa é lógica: vendeu, não tem reposição."
O executivo lembra que o mercado só não está mais aquecido por conta das limitações por que passou o crédito habitacional nos últimos anos. "Só agora os agentes financeiros voltaram a facilitar o acesso e a baixar os juros", analisa, referindo-se aos recentes anúncios de novas linhas abertas pelos bancos privados e pela Caixa Econômica Federal. Machado considera, porém, que vai levar tempo até as vendas de terrenos sentirem os efeitos destas mudanças. "Ainda há muita insegurança por parte das empresas", diz.
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