A região da primeira fase do eixo de urbanização da antiga BR-476, a Linha Verde, que compreende bairros como Fanny, Guabirotuba, Guaíra, Hauer, Lindoia, Parolin, Prado Velho e Xaxim promete uma grande expansão nos próximos anos.
No acumulado de 2009 até setembro, foram liberados na região 1.596 alvarás, o que representa quase 11% dos concedidos em toda Curitiba e dá uma ideia da quantidade de obras que serão executadas nos próximos anos. De construções concluídas foram 491 (ou significativos 6,3% do total da cidade).
O segredo para esse movimento, segundo o secretário municipal de Urbanismo, Luiz Fernando Jamur, está em se antecipar ao crescimento da cidade. "Se fizéssemos só a parte viária da Linha Verde e não tivéssemos investido em infraestrutura, não teríamos sucesso", analisa. "Com esse investimento é que se atraem as pessoas e a iniciativa privada para investir". As obras da segunda fase da Linha Verde estão previstas para começar em 2010.
Para o arquiteto e urbanista Luis Henrique Fragomeni, também professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e ex-presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), nem tudo vai tão bem. "Já se está estimulando a ocupação da Linha Verde quando ainda não se consolidou a ocupação de outras áreas. Se tivermos densidades demográficas maiores (em regiões mais consolidadas), o custo da infraestrutura fica menor, porque tem mais gente pagando por ela", explica.
Novos moradores
Controvérsias à parte, a funcionária pública Cláudia Meger, de 28 anos, e o marido, o engenheiro civil Fabiano Meger, de 30 anos, mudaram-se para um condomínio nas imediações da Linha Verde há um mês. Ela conta que, por ter a nova avenida, é que o casal apostou na região. "Percebemos que acertamos na aposta: as ruas estão sendo asfaltadas, abrem-se novos empreendimentos, há mais ônibus e devem vir mais coisas por aí". Cláudia diz que outro objetivo do casal era a qualidade de vida. "Longe do centro temos mais tranquilidade."
O aposentado Anilçon Baggio, 56 anos, e sua esposa, Rosenir, que moram em um condomínio do Xaxim desde fevereiro, também apostaram na região. "Desde que estou aqui saíram alguns supermercados, como o Condor, além do Armazém da Maria. Logo chegarão outras facilidades para a gente", comemora Anilçon.
O projeto a que ele se refere é de autoria do vereador João Claudio Derosso (PSDB), presidente da Câmara Municipal de Curitiba, e mostra que o projeto da Linha Verde é mais amplo do que ela em si. "Foi aprovado, em 4 de outubro, o orçamento de R$ 2,6 milhões para um projeto de construção de um centro de lazer no Xaxim, semelhante à praça Oswaldo Cruz." O local contará com um ginásio, uma quadra poliesportiva aberta, uma quadra de vôlei de areia, uma quadra de tênis (que foi um pedido da comunidade) e uma pista de caminhada de cerca de 400 metros. Haverá espaço destinado a terceira idade.
Outro projeto, aprovado e previsto pela prefeitura há alguns anos, é a criação de um binário para a Rua Francisco Derosso. "A ideia é uma via rápida sentido centro, paralela à Francisco Derosso, que deverá ficar com sentido único para o bairro", explica o vereador. O projeto ainda não saiu do papel porque a junção de ruas depende da desocupação de algumas residências.
Investidores
A Casteval, que antes só atuava em Santa Felicidade, é uma das empresas que estão investindo na Linha Verde. Tem três condomínios fechados na região e outros dois por vir. "É um novo horizonte para nós", diz o presidente da empresa, Osvaldir Benato. A Casteval tinha em estoque as áreas de três condomínios no Xaxim (dois prontos), mas decidiu urbanizar após a novidade. "Compramos um terreno no Pinheirinho, colocando à venda 100 lotes a R$ 150 mil cada um, o que nos rendeu R$ 15 milhões", revela.
A mineira MRV também está investindo na região. O Spazio Compostela, no Hauer, lançado em novembro, teve todas as suas 236 unidades (entre R$ 82 mil e R$ 145 mil) vendidas em apenas seis horas. "Isso ocorreu graças ao cadastro de reserva, realizado no fim de outubro, o que foi fundamental para esse sucesso", ressalta Marcelo Alisson, gestor-executivo de Vendas da MRV. Ele conta que 50% do empreendimento está enquadrado no "Minha Casa, Minha Vida" e os que compraram via cadastramento prévio obtiveram um ganho real na tabela de preços de 5%.
O diretor geral da JBA Imóveis, Ilso Gonçalves, diz que a facilidade de acesso que existe com a Linha Verde atrai muitos moradores. "Às vezes, a pessoa não mede a distância, mas o tempo necessário para chegar ao trabalho ou à escola". A JBA investiu na região e tem um retorno previsto de R$ 38 milhões Valor Geral de Vendas (VGV) do Boulevard Clube, condomínio que será lançado, em breve, no Xaxim, com 175 lotes.
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