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Valorização rápida dos imóveis comerciais incentivou o advogado Marcelo Fernandes a comprar seis salas para alugar: “É o meu plano de previdência” | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Valorização rápida dos imóveis comerciais incentivou o advogado Marcelo Fernandes a comprar seis salas para alugar: “É o meu plano de previdência”| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

Eixos em ascensão

Outra tendência mostrada no Perfil Imobiliário 2011 é a distribuição dos imóveis comerciais em regiões diferentes do centro de Curitiba. Destaque para a região do Ecoville/Champagnat (Bigorrilho, Campina do Siqueira, Campo Comprido, Mossunguê e Mercês), cujo crescimento no número de unidades liberadas passou de 15% (em 2010) para 36% (em 2011). Um dos empreendimentos nesta região é o Office Life Ecoville da Gafisa, que está com 96% de seus espaços vendidos e será entregue em 2013. "Mais importante que a localização central é a disponibilidade de unidades", diz o diretor de Incorporação da Gafisa e Tenda no Sul, Julio Meidson.

Além da região Ecoville/Champagnat, o economista e diretor da Brain, Fábio Araujo, indica outros dois eixos comerciais em ascensão: Água Verde/Batel e Cabral/Juvevê. São regiões com boa estrutura viária (ônibus e acesso) e oferta de serviços de diferentes tipos.

  • Jacques Depocas, do HSBC GLT, teve que procurar muito para achar o local ideal para cerca de 800 funcionários

Este ano foi marcado pelo aumento no número de liberações para construção de imóveis comerciais. De acordo com a pesquisa Perfil Imobiliário 2011, o número de alvarás para este tipo de imóvel cresceu 95% de janeiro a outubro deste ano em comparação ao mesmo período de 2010.

O crescimento é reflexo do grande número de profissionais liberais e médias e pequenas empresas formadas em Curitiba. "Houve uma explosão na demanda e grande parte dos empreendimentos disponíveis estão ultrapassados, como os imóveis no Centro, que não oferecem garagem por exemplo", explica Fábio Tadeu Araújo, economista da Brain Bureau de Inteligência Corporativa. Para o economista há ainda dois públicos carentes de espaços comerciais: as empresas que cresceram muito e precisam de uma estrutura maior e as empresas que estão instaladas em espaços desatualizados. "Isso pode ser na estrutura física, como o número insuficiente de elevadores, na tecnologia para telecomunicações ou na utilização inteligente de recursos", afirma.

A Gafisa, construtora do Neo Superquadra, lançado no Centro Cívico em 2009, acredita que o empreendimento tenha aberto novas portas para o segmento comercial na cidade. "O Neo Superquadra tornou-se um referencial por vender com rapidez e preços mais altos que os praticados na época", afirma o diretor de Incor­poração da Gafisa e Tenda na Região Sul, Julio Meidson.

Apesar do aumento no número de lançamentos, os consumidores ainda terão de esperar um pouco para que a busca por um bom imóvel comercial seja menos disputada. A expectativa é que o mercado esteja bem atendido somente em 2013, quando os lançamentos programados forem entregues. "Mas entre 80 e 100 mil metros quadrados de área corporativa devem ser entregues em Curitiba, atendendo parte da demanda reprimida", afirma Araújo.

Mais área e privacidade

Uma mudança importante nos últimos lançamentos comerciais está na criação de espaços corporativos para empresas que precisam de grandes áreas, um ou mais andares inteiros, e maior privacidade. São empreendimentos que exigem estudo mais apurado porque precisam de bons acessos viários, infra estrutura de telecom, alta capacidade de geração de energia, entre outros quesitos.

"Os locais escolhidos para a construção de um imóvel corporativo precisam ser viáveis para a empresa hoje e daqui a 10 anos", explica Eduardo Schulman, sócio-proprietário da Top Imóveis, empresa idealizadora do Curitiba Office Park, primeiro empreendimento corporativo da Linha Verde. Para ele, a demanda por espaços corporativos em Curitiba tem sido bem atendida. "Temos mais de 15 empreendimentos corporativos e vejo que há um equilíbrio no mercado e não desistência de empresas por falta de lugar", diz. Ainda assim, algumas empresas precisam procurar bastante até encontrar um local compatível com as suas necessidades. É o caso da GLT, braço de informática do HSBC. Com operação em Curitiba desde 2006, a empresa, que hoje conta com cerca de 800 funcionários, teve dificuldades para achar um espaço. "Nós procuramos em muitos prédios, mas nenhum atendia às nossas solicitações", afirma Jacques Depocas, diretor global de operações da GLT. Hoje a empresa ocupa três andares do Curitiba Office Park, no Prado Velho, além de um pavimento no Centro, e está satisfeita. "Não há colunas, o espaço é amplo, há muita luz natural e temos fácil acesso à cidade", afirma o diretor.

Espaço para valorização

Investir em imóveis comerciais tornou-se um bom negócio em Curitiba. A estagnação do mercado entre 2006 e 2009 – com nenhum lançamento durante dois anos – forçou os preços para baixo. Em 2010, o metro quadrado estava na faixa dos R$ 4 mil. Hoje, porém, com a retomada do segmento, o preço médio subiu para R$ 6,3 mil o metro quadrado. E a expectativa é que os preços valorizem ainda mais. "Em Porto Alegre, o metro quadrado custa em média R$ 10 mil, o que nos faz acreditar que comprar um imóvel comercial em Curitiba ainda é um bom investimento", avalia o diretor de Incorporação da Gafisa e Tenda no Sul, Julio Meidson.

Na comercialização do City, lançamento em frente ao Shopping Mueller, o diretor-geral da Brasil Brokers Galvão, Gerson Carlos da Silva, percebeu que há uma tendência de compra para posterior locação dos espaços.

O advogado Marcelo Fernandes é um desses investidores. "Comprei três salas no Neo Superquadra para o meu escritório, mas percebi que em pouco tempo os imóveis valorizaram muito." Fernandes aproveitou e comprou mais três salas no City. "Esses empreendimentos oferecem uma série de benefícios e facilidades e meu objetivo é locar as salas com a expectativa de retorno de 1% do valor investido", afirma Fernandes. O investimento do advogado nos dois empreendimentos chega a R$ 2 milhões. "Essas salas são meu plano de previdência."

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