A paisagem ainda não mudou muito, mas a movimentação do mercado mostra que a Linha Verde pode ser considerada a melhor reestruturação urbana da cidade dos últimos anos.
A proposta parecia ousada: retirar os ares de BR, ligar os bairros desafogando o trânsito e oferecer moradia e estrutura de serviços ao seu redor.
Empreendedores e compradores embarcaram na ideia e os imóveis lançados tem tido excelente interesse de compra. O lançamento das Cepacs (Certificados de Potencial Adicional de Construção), que alcançaram R$28,3 milhões no primeiro leilão realizado, mostra o interesse de investidores e o potencial que toda a região possui.
"Mais importante que qualquer outra coisa é a mudança estrutural. Eu, particularmente, sempre achei que daria certo", avalia o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo e professor no mestrado e doutorado em Gestão Urbana da PUCPR, Carlos Hardt, que fez um estudo sobre a valorização imobiliária da região.
Para o diretor de informações do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Lourival Peyerl, tudo tem caminhado dentro do planejamento e a resposta de ocupação tem sido adequada.
"O que antes separava, hoje costura a cidade", diz Caio Napoli, diretor geral da Hafil Inc., incorporadora do Grupo Hafil, que lançou cinco projetos na Linha Verde.
A extensão da Linha Verde acabou dividindo três microrregiões, cada uma com suas particularidades e padrões bem diferentes de imóveis. "Vale ressaltar que estes padrões já estavam estabelecidos pelo próprio mercado. Um imóvel na Linha Verde Norte (Jardim Botânico e Cristo Rei) tem valor diferente dos ofertados na Linha Verde Sul (Fanny, Fazendinha, Hauer e Xaxim)", conta Napoli.
E é justamente na região Sul que a Pesquisa Perfil Imobiliário aponta uma boa movimentação das 3.082 ofertas lançadas, apenas 11% ainda estão disponíveis. Os preços 30% abaixo da média da cidade (R$ 3.548,00 contra R$ 5.043,00) são um atrativo a mais. Para o diretor geral da Brasil Brokers Galvão, Gerson Carlos da Silva, a Linha Verde não é mais uma aposta. "Desde 2010 participamos de quatro lançamentos e comercializamos tudo", comemora.
A ressalva fica apenas por conta das obras. "O tempo para finalizar as obras vai determinar se o mercado continuará aquecido ou se o interesse do comprador vai diminuir", completa o presidente da Ademi-PR, Gustavo Selig.
Ampliação comercial
As novas moradias trazem a necessidade da oferta de serviços. Pensando nisso a Hafil Inc. acaba de lançar o H.A. Offices Linha Verde, primeiro edifício comercial da Linha Verde Sul. Localizado na BR-116 esquina com a Rua Emanuel Kant, o empreendimento terá 226 unidades voltadas, principalmente, para profissionais liberais. "Hoje as pessoas querem trabalhar em locais próximos de onde moram e a cidade já tem demanda para espaços fora do centro", conta Napoli. Os valores abaixo do praticado pelo mercado as salas custam a partir de R$179 mil tem atraído muitos investidores. É o caso do médico Bruno Sbrissio. Ele acaba de adquirir unidades no H.A. Offices para aproveitar os valores e aposta no crescimento da região. "O prédio fica em frente ao futuro shopping, além de ter um grande fluxo de veículos. Cheguei a procurar imóveis em outras localidades, mas vou aproveitar os preços e acreditar no potencial futuro da Linha Verde", afirma Sbrissio.
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