O artesanato deve estar presente nos detalhes, que ajudam a compor o layout do ambiente. É assim que a arquiteta e designer de produtos artesanais Liliane Robacher defende o uso de artigos artesanais para valorizar os espaços de uma casa. Para ela, é possível personalizar com pequenas peças. "Um revisteiro, uma luminária, um porta-canetas ou um peso para papéis têm o poder de enriquecer um ambiente", diz. Liliane comenta que há certa resistência das pessoas quando o assunto é artesanato. "Alguns não acreditam que os produtos tenham um bom acabamento, sofisticação e design." Composições com materiais reciclados, diz Liliane, ajudaram a evitar essa imagem, já que o artesanato passou a ser visto como uma forma de reaproveitar os materiais e evitar desperdícios. "Insumos naturais, trabalhados com materiais complementares, deram outro brilho aos artigos feitos à mão e atraíram mais pessoas. São produtos que seguem a linha da sustentabilidade", explica.
A arquiteta Renata Rosa Sguario também considera que o artesanato deve estar presente nos detalhes de uma decoração, como uma almofada feita à mão, uma colcha de patchwork, plaquinhas de madeira com dizeres, um mosaico na borda de uma mesa ou um tapete na sala. "Inserido na medida e nos tons corretos, ele valoriza o projeto. Para deixar o ambiente mais ousado, basta abusar nas cores do artesanato", diz.
Com esse objetivo, de valorizar o projeto nos detalhes, Renata usou almofadas com bordado richelieu, feitas em Fortaleza (CE), para decorar um dos seus espaços na Casa Cor Paraná 2010, o Quarto de Bebê. Também projetou o banheiro de uma demi suíte para as duas filhas de uma de suas clientes. A parede é feita em mosaico de pastilhas verde e lilás, formando o desenho de grandes bolas que parecem sair de trás do espelho sensação que ganha intensidade devido ao quadro cego. "O artesanato dá um toque divertido ao ambiente", diz.
Na Casa Cor Paraná 2010, a arquiteta Gisela Carnasciali Miró assinou o espaço Suíte da Avó, em homenagem a sua avó, a jornalista Juril Carnasciali. A decoração clássica deixa em evidência o que ela chama de "peça-chave" do espaço: um lustre personalizado. Gisela coletou jogos de chá, vidrinhos de perfume, bichos de pedra de coleção da avó e entregou à cenógrafa Teca Fichinski, do Rio de Janeiro. O resultado foi um artigo feito à mão, com base em arame, lâmpadas dicróicas, complementado com pedras douradas e de cristal. "Ficou bem pessoal, com todas as lembranças dela juntas de forma harmônica e diferente."
Nos móveis
Ao contrário do que se pode pensar, o artesanato está presente em grandes peças decorativas e até mesmo no mobiliário de um ambiente. Para reorganizar a sala de estar da empresária Liliane Stival, as arquitetas Talitha Francesquini Budel e Maria Amélia Dallagassa Cechin usaram móveis feitos à mão, com madeira, fibra natural apuí e com detalhes em junco e vime.
No ambiente, formado por um espaço para receber, com sofás e uma mesa de centro, e outro para pequenas reuniões, com uma pequena mesa e cadeiras, predomina a cor marrom, com detalhes pretos e cremes, de acordo com as preferências da cliente. "As cadeiras são grandes e têm um ar imponente. Isso é reforçado pela presença da madeira nos itens, conferindo mais sofisticação. Os pequenos detalhes com fibras naturais fazem a diferença", explica Talitha. Para Liliane, o projeto revigorou o espaço para receber visitas. "Agora parece mais aconchegante, para fazer reuniões ou pequenos jantares", diz.
Serviço:
Empório Brasil Rua Dom Pedro II, 44, Batel. Fone (41) 3019-5448.
Artesanal Mais Móveis e Decorações Avenida Manoel Ribas, 3.716, Santa Felicidade. Fone (41) 3335-8080.
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