Uma loja que se transformou em um dos mais famosos corredores comerciais de Curitiba. Assim pode ser resumida a história da Galeria Suissa. Localizada entre as ruas Marechal Deodoro e José Loureiro, a galeria é tida como ponto de referência no Centro e mantém sua tradição e atratividade passados mais de 50 anos de sua abertura.
O que muitos de seus clientes e visitantes provavelmente desconhecem é que a história da galeria é anterior à inauguração de seu corredor e remonta a meados dos anos 1920, com a abertura da Casa Suissa de Eletricidade.
O comércio
A loja, que começou em um imóvel alugado na Rua Monsenhor Celso, era uma empreitada do imigrante suíço Alberto Bolliger – pai de Oscar Bolliger, fundador da galeria –, que chegou ao Paraná com o objetivo de se dedicar à instalação da energia elétrica no estado.
Em 1949, o estabelecimento – que já contava com diversas filiais na cidade – foi transferido para um imóvel próprio, localizado na Rua Marechal Deodoro. Este fato daria início à história da Galeria Suissa. “Meu pai comprou este imóvel em um leilão. Quando entrou ali, disse ao meu avô que iria fazer uma galeria para homenageá-lo”, lembra Dagmar Bolliger, filha de Oscar e responsável pela administração da galeria juntamente com as três irmãs: Debora, Dariene e Deloreine.
Famosa por comercializar uma diversidade de produtos – que iam de instrumentos musicais a brinquedos e linha branca, além dos itens de iluminação e eletricidade – a loja cresceu tanto que Oscar foi adquirindo os imóveis vizinhos até chegar à outra frente, na Rua José Loureiro.
Pontos comerciais
As cerca de 20 mil pessoas que circulam diariamente pela Galeria Suissa.
Leia a matéria completaEm 12 de outubro de 1962, o comerciante concretizou seu sonho e inaugurou a galeria que, cortando a loja, deixava suas vitrines expostas dos dois lados do corredor. O espaço, então, foi batizado com o nome de seu pai, Alberto Bolliger. O nome que “pegou”, no entanto, foi o de Galeria Suissa.
“A galeria também tinha um sentido cívico. As vitrines costumavam receber exposições em homenagem a outros países e a datas comemorativas”, lembra Dagmar. Uma delas era o Natal, tradicional no endereço e para onde os curitibanos se deslocavam para ver as vitrines decoradas e receber balas do Papai Noel.
Diversidade de lojas
A abertura da galeria para outros lojistas ocorreu somente em 1977. Dagmar conta que o pai vislumbrou o potencial do espaço para outros comércios, sem deixar de lado a Casa Suissa de Eletricidade. A loja continua em funcionamento até hoje, mas agora não está mais sob a administração da família.
De lá para cá, a Suissa mantém sua vocação comercial e, atualmente, conta com cerca de 41 espaços distribuídos em quatro mil m² de área e 100 metros de corredor. O tamanho das lojas varia entre 15 m² e 55 m² de área total, em média.
Negócios se desenvolveram junto com a galeria
Minha patroa colocou o ponto
à venda e me fez uma proposta.
Achei que era a hora de ter meu próprio negócio.
Eliane Vieira Rodrigues dona da Companhia da Prata
Muitas das lojas que chegaram à Galeria Suissa há época de sua inauguração funcionam até hoje. De acordo com Dagmar Bolliger, uma das herdeiras da galeria, 70% dos lojistas estão no endereço há cerca de 30 anos. É o caso da Salutária Produtos Naturais.
Atual proprietária do negócio, Norma Helena Furlan conta que quem abriu a loja foi sua mãe, Marli. Ela, que já tinha uma loja de lingerie na galeria, quis expandir os negócios e investiu no ramo de produtos naturais, comercializando cereais a granel. “Naquela época, as pessoas não acreditavam nos benefícios desses produtos, achavam que era coisa de hippie”, lembra Norma.
Quando a mãe não quis mais tocar o negócio, Norma adquiriu a loja e seguiu com a venda dos produtos, além de acrescentar sanduíches e outros alimentos naturais prontos para consumo ao negócio. Hoje, a loja funciona como lanchonete.
“A Suissa é uma família. Temos clientes que vêm aqui desde quando estavam grávidas e que, hoje, estão com os filhos crescidos. Isso aqui é a minha vida, só saio daqui quando morrer”, brinca Norma.
De funcionária a patroa
Eliane Vieira Rodrigues é outra lojista que escolheu a Suissa como endereço para o seu negócio. Proprietária da Companhia da Prata, ela aproveitou a experiência de 11 anos como funcionária do ramo e adquiriu a loja em 2003, iniciando sua vida de empresária. “Minha patroa colocou o ponto à venda e me fez uma proposta. Achei que era a hora de ter meu próprio negócio”, conta.
A loja, que começou em um pequeno quiosque, chegou a ter três pontos dentro da galeria. Hoje, no entanto, dois espaços da marca estão em funcionamento na Suissa. Segundo Eliane, a Companhia da Prata ainda tem uma terceira loja, no Shopping Itália.
Serviço
Endereço: Rua Marechal Deodoro, 262/280 / Rua José Loureiro, 347/349 – Centro
Horário de funcionamento: das 8h às 19h (2ª a 6ª-feira), e das 8h30 às 14h (sábado). Não abre aos domingos.
Contato: contato@galeriasuissa.com.br