Rua Barão do Rio Branco: valor do aluguel comercial em alta por conta do grande fluxo de pedestres| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Um passeio pela Rua Barão do Rio Branco, no centro de Curitiba, é quase uma viagem pela história de Curitiba. Uma das vias mais importantes da cidade durante boa parte dos séculos 19 e 20, pela proximidade com a estação de trem, guarda ainda hoje o ar de sua época áurea na arquitetura de seus imóveis. Mesmo com a limitação nas reformas e mudanças em grande parte dos imóveis – já que vários deles são Unidade de Interesse de Preservação (UIP) do município, semelhante a um tombamento –, praticamente não há unidades disponíveis na rua.

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O motivo para tanta procura é óbvio: a localização central. No miolo de Curitiba, a Barão do Rio Branco é endereço certo para a instalação de pontos comerciais que precisam de grande fluxo de pessoas. Ao longo dela essa característica é bem clara. As lojas de móveis, eletrodomésticos e eletrônicos tomam o lugar dos endereços residenciais. Nos prédios, os escritórios de advocacia e contabilidade são predominantes. "Apesar de serem UIPs e terem limitações, os comerciantes não se importam, porque a visibilidade compensa", comenta Henrique Sá Brito, corretor autônomo.

O profissional foi um dos responsáveis pela locação de um imóvel na via no fim do ano passado. "A procura por ele foi grande. Geralmente os imóveis que não são locados tão facilmente por ali são aqueles em estado muito precário", define. Brito conta que os preços de locação e venda estão entre os mais valorizados de Curitiba. "Se pegarmos o eixo de ruas entre a João Negrão até a 24 de Maio, teremos provavelmente os custos mais altos em termos de imóveis comerciais na cidade. Esse é o campo onde se concentra o fluxo de pedestres", avalia. O imóvel de 1 mil metros quadrados comercializado pelo corretor custou, na locação, R$ 15 mil mensais – R$ 15 por metro quadrado.

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O valor é próximo ao cobrado em outro imóvel da via, que ainda está disponível. Segundo a administradora responsável pela comercialização, que preferiu não ser identificada, o prédio de 1,7 mil metros quadrados custará, para quem locá-lo, R$ 23 mil – cerca de R$ 13 o metro quadrado. "É um bem tombado pelo município, mas está em ótimas condições. A procura por ele é diária, mas ainda estamos negociando sua locação", diz o corretor responsável pela comercialização.