Virou moda em alguns grupos contar que está procurando imóveis para comprar no exterior. O alvo principal é os Estados Unidos e a ideia é tirar partido na queda de preços ocorrida por lá depois da crise das hipotecas, em 2008. À primeira vista, as ofertas podem ser tentadoras. Os preços são comparáveis com os de grandes cidades brasileiras e, em muitos casos, menores. Mas é preciso tomar precauções importantes antes de decidir fazer uma aquisição desse tipo.
Em primeiro lugar, é preciso prestar muita atenção na questão tributária, tanto no Brasil quanto no país de destino. Pelo lado brasileiro, a aquisição deve ser incluída na Declaração de Imposto de Renda, e a transferência de recursos para a operação também deve ser informada à Receita. Sem isso, o comprador pode ser acusado de sonegação e de evasão de divisas.
Pelo lado do país destinatário, é preciso pensar também nos impostos futuros. Nos Estados Unidos, a taxação de bens transmitidos por herança varia de estado para estado, mas costuma ser alta. Isso deve ser levado em conta: em caso de falecimento, será que a sua família terá condições de arcar com até 60% do valor do imóvel, a ser pago ao governo? Para evitar isso, muitos especialistas recomendam que a aquisição seja feita por uma pessoa jurídica de propriedade da pessoa que está fazendo a aquisição, de preferência sediada em um paraíso fiscal. É claro que isso torna a operação ainda mais complicada e cara. Além disso há também as taxas para manutenção do imóvel.
Pelo ponto de vista das finanças práticas, é preciso também perguntar a si mesmo qual é a razão da compra. Se for para ter uma residência de férias, é bom colocar na ponta do lápis os custos e compará-los com o preço de uma temporada em hotel. Ou em outras opções, como resorts de tempo compartilhado. Só não caia na armadilha de comprar um imóvel para impressionar os outros. A conta pode sair alta demais.
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