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Vendas em unidades cresceram 6% neste ano em Curitiba, o que ajudou a equilibrar estoques. | Antônio More/Gazeta do Povo
Vendas em unidades cresceram 6% neste ano em Curitiba, o que ajudou a equilibrar estoques.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

O número de unidades entregues pelo setor da construção civil em Curitiba ao final de 2015 vai cair 13% em relação ao ano anterior. Segundo dados do balanço do setor divulgados pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR), em 2015 serão entregues 19 mil unidades, ou 2,3 milhões de metros quadrados (m²) construídos.

O resultado está relacionado ao momento de retração pelo qual passa a construção civil, mas é visto como “interessante”. “Ela está sinalizando uma redução no estoque pronto, o que é importante para regular a questão da oferta e demanda”, diz o sócio-diretor da Brain Bureau de Inteligência Corporativa, Marcos Kahtalian.

A redução de estoque, que chegou a 10,4 mil unidades em setembro, também está associada às vendas, que totalizaram 3.785 unidades entre janeiro e setembro deste ano, um crescimento de 6% em relação ao mesmo período do ano passado. Conforme Kahtalian, a justificativa para isso está na grande quantidade de unidades prontas, geralmente comercializadas mais rapidamente, e nos esforços promocionais das empresas para chamar a atenção de potenciais compradores.

O crescimento das vendas em unidades não foi acompanhado pelo aumento da arrecadação, que foi de 3,3%. Isso porque, mesmo com um preço médio por metro quadrado mais alto, a variação real do preço é negativa devido à alta da inflação. Segundo o presidente do Sinduscon-PR, José Eugênio Gizzi, este é o melhor momento para a compra e a expectativa é que os preços se mantenham. “Não vai haver redução substancial de preço, porque eles não surgem do nada, são baseados nos custos da construção”, diz.

Perspectivas

Os ajustes que aconteceram durante o ano devem continuar em 2016, trazendo mais equilíbrio para o mercado. “Ao longo do próximo ano, principalmente no segundo semestre, é provável que estejamos numa situação mais favorável”, declara Kahtalian. Essa expectativa otimista é notada também nas empresas entrevistadas para a pesquisa “Perspectivas para 2016”, que não só apostam na manutenção e aumento do nível de atividade para o próximo ano, como preveem a contratação de 1.174 novos funcionários.

Para o setor, somados os valores da poupança e do FGTS, a disponibilidade de crédito estará ajustada à demanda. Assim como neste ano, o que continua sendo um desafio é o investimento em obras públicas. “Vai ter um investimento no país de R$ 42,4 bilhões. Eu diria o seguinte, embora o valor pareça expressivo, ele é muito aquém da necessidade do país”, afirma Gizzi. No âmbito estadual, a perspectiva de o governo destinar R$ 1,78 bilhão para a Secretaria de Infraestrutura é vista com otimismo pelo setor. “São valores bastante expressivos, o que o Paraná não via há tempos”, explica Gizzi.

2,4 milhões de metros quadrados

devem ser liberados para a construção até o fim de 2015. O número é 11% menor do que o de 2014 e será semelhante ao de 2007. Para o setor, a redução na liberação de obras também ajudará a estabelecer um equilíbrio entre oferta e demanda. As 19 mil unidades entregues este ano ainda são reflexo do pico de liberação verificado em 2010 e 2011.

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