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Wood Frame é uma das técnicas construtivas que serão apresentadas no Eninc, em Curitiba | Divulgação
Wood Frame é uma das técnicas construtivas que serão apresentadas no Eninc, em Curitiba| Foto: Divulgação
  • Gustavo Selig: resultados surpreendentes na pesquisa

Inovação é palavra de ordem na construção civil. As empresas do setor, onde a tradicional obra de tijolo sobre tijolo ainda impera, precisam investir em tecnologias e sistemas construtivos para alcançar patamares próximos da construção em países da Europa e América do Norte e satisfazer o consumidor brasileiro, que, cada vez mais exigente e informado, já busca diferenciais de economia e sustentabilidade nos imóveis, conforme revela uma pesquisa inédita da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (veja matéria abaixo).

De olho nesse avanço necessário, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Paraná (Sinduscon-PR) promove a 5ª edição do Encontro Nacional para Inovação da Construção Civil (Eninc), que será nos dias 2 e 3 de junho, no Centro de Eventos da Fiep, em Curitiba, com a inovação como tema principal.

O evento, que já está com inscrições abertas, teve edições anteriores em Cascavel, Londrina e Maringá.

Sustentabilidade

"O tema básico dos encontros sempre foi a inovação, porque é nesse ponto que a indústria da construção brasileira precisa evoluir. Cada vez mais, dentro desse tema, a sustentabilidade ganha força", observa Euclésio Finatti, vice-presidente da Área Técnica do Sinduscon-PR.

A expectativa é reunir cerca de 800 pessoas, entre empresários, arquitetos, engenheiros e estudantes de todo o Brasil, para debater novas alternativas para a indústria e apresentar técnicas para aumento da qualidade e produtividade. A programação inclui feira com estandes de empresas e fornecedores, palestras com profissionais do Brasil e do exterior, painéis temáticos e um inédito desafio de construção simultânea de quatro estúdios, ao vivo, utilizando diferentes sistemas construtivos.

Demonstração

Durante os dois dias do encontro, os participantes poderão acompanhar quatro construções, cada uma utilizando uma técnica diferente. Os sistemas selecionados são alvenaria tradicional, steelframe, woodframe e concreto. "Vamos demonstrar a viabilidade e as qualidades de cada método, que têm certificação técnica e financiamento disponível", explica Finatti.

Palestrantes

Entre os palestrantes confirmados estão o norte-americano Phil Williams, do US Green Building Council e do Center for the Built Environment do Silicon Valley, e Guido Petinelli, consultor especializado certificação LEED, que falarão sobre sustentabilidade; Brian Krause, da Turner Construction Company, e Sergio Scheer, do Centro de Estudos de Engenharia Civil da UFPR, para palestra sobre a técnica BIM.

Edson Yabiku, do escritório de arquitetura de Londres Foster + Partners, vai falar sobre Cidades Inovadoras com um representante da Gehl Arquitects, da Dinamarca, e Reinaldo Tockus, do Senai-PR, receberá um empresário alemão da indústria de Wood Frame.

Consumidor está aberto a inovações

Sharon Abdalla, especial para a Gazeta do Povo

Dados apresentados ontem no 20º Salão Internacional da Construção - Feicon Batimat, em São Paulo, mostram a percepção dos consumidores sobre inovações tecnológicas em imóveis residenciais. A sondagem, realizada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) com o Instituto Sensus, mostra que 81,9% dos pesquisados veem de forma positiva os investimentos das construtoras em tecnologias. O índice passa de 90% quando os entrevistados são da faixa de renda mais alta, superior a dez salários mínimos mensais.

"Este resultado nos surpreendeu positivamente. Demonstra que os consumidores, mais informados e exigentes, não valorizam só o preço, mas também os diferenciais que o imóvel apresenta para o seu dia a dia", comenta Gustavo Selig, presidente da Ademi/PR (Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná), que participa de debate no Feicon sobre os resultados da pesquisa. A sondagem ouviu 1.100 consumidores de 23 estados e do Distrito Federal, em 57 municípios.

Economia e segurança

A economia dos recursos renováveis por meio de sistemas tecnológicos se destaca na pesquisa. O item foi citado de forma espontânea por 30,2% dos entrevistados. Dentro dele, a racionalização do uso de energia e de água receberam 21,4% e 12,1% das indicações, respectivamente. A utilização de teto solar para geração de energia aparece na preferência de 8,5% dos consumidores, quando perguntados sobre o item mais importante na construção.

"O brasileiro está começando a pensar a médio e longo prazo. Ele ampliou sua conscientização ambiental e passou a valorizar a melhor utilização de recursos que, além dos aspectos ambientais, promovem economia continuada no orçamento familiar", explica Maurício Bianchi, coordenador do Programa de Inovação Tecnológica da CBIC.

A segurança aparece como o principal quesito para 16,3% dos consumidores. Eles apontaram alarmes elétricos (12,7%) e sistemas de monitoramento por câmeras (7,5%) entre suas primeiras opções.

Inovação para todos

O orçamento familiar não é impeditivo aos gastos com tecnologia nos imóveis. Segundo a pesquisa, mesmo nas faixas de renda mais baixas verificou-se disposição para investimentos mais elevados em relação aos itens estudados.

O maior percentual dos consumidores que recebem até cinco salários mínimos, que responderam a questão, disse estar disposto a investir até 1% do valor do imóvel pelo conjunto de inovações apresentadas. Para as faixas acima dos cinco salários, o percentual chega a 10% ou mais – e ultrapassa os 25% do valor do imóvel para quem tem renda acima de 20 salários mínimos.

"O desafio é encontrar soluções tecnológicas que reduzam os custos de suas implantações para imóveis de todos os segmentos. Principalmente para os de baixo e médio padrão, nos quais esse movimento ainda é mais lento", afirma Gustavo Selig.

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