Projetista de dezenas de edifícios importantes ao redor do mundo, o arquiteto Helmut Jahn tem no design dinâmico de suas obras um dos principais traços de seu trabalho. Tal característica fez com que vencesse por unanimidade a competição para a construção do Sony Center, em Berlim, tido como um de seus mais representativos projetos. O espaço reúne a sede central da Sony na Europa, além de edifícios residenciais, de escritórios e lazer.
Outras obras de destaque que levam a assinatura do arquiteto são o MesseTurm, em Frankfurt, e o One Liberty Place, na Philadelphia, dois dos mais altos arranha-céus do planeta.
Nascido em Nuremberg, em 1940, Jahn frequentou a Universidade Técnica de Munique antes de se mudar para Chicago. Nesta cidade, estudou arquitetura na Illinois Institute of Technology, escola muito associada à estética modernista de Ludwig Mies van der Rohe.
Com longa experiência em projetos de grande porte, Jahn imprime às suas obras uma transparência característica por meio da utilização do vidro e do aço, aliando os princípios centrais da arquitetura pós-moderna com soluções de engenharia de alta tecnologia.
Uma arquitetura atual e inspiradora
"Em 1998, ao retornar de uma de suas viagens à Europa, meu pai e também arquiteto, Kó Yamawaki, mostrou-me suas fotos ao lado da maquete do Sony Center, em Berlim. Eu, ainda um estudante de arquitetura, fiquei apaixonado pelo projeto. Helmut Jahn, arquiteto de origem germano-americana, projetou diversas e significativas obras pelo mundo, mas nenhuma como o Sony Center.
Em 2010, quando tive a oportunidade de conhecer a Potsdamer Platz, onde está a obra, fiquei ainda mais admirado com a qualidade de espaço que Jahn criou, a integração do edifício com o entorno, onde espaços públicos e privados se confundem e tornam a visita ao complexo um passeio natural, sem barreiras. Um edifício que, ao invés dos nossos exclusivos e fechados espaços privados de mesma escala ou de nossas "gradeadas" praças públicas, tem para mim o status de "praça edificada".
Parece algo muito simples, mas o sucesso em edificar uma praça e potencializar seu uso foi tanto que, ao estar dentro dela, percebi que a função do arquiteto é exatamente essa: criar espaços em que a intervenção humana e a natureza estejam harmoniosamente unidas. Essa é a chave para os melhores resultados na arquitetura.
Conhecer o Sony Center foi tão marcante que, mesmo sem estar adaptado à cultura alemã, não entender o idioma e tampouco conhecer alguém que estivesse lá, era como se eu estivesse em casa. Mesmo com todo o clima presente criado pela memória da II Guerra e de partes do Muro de Berlim que margeiam o complexo, o Sony Center transforma o local num centro de compras e convivência extremamente agradável. Uma obra que se mantém e se manterá por muito tempo atual e inspiradora."
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