Pousada de praia é um convite ao relaxamento e bem-estar
A terceira edição da Mostra Morar Mais abriu espaço para o mercado hoteleiro. Uma pousada foi construída junto à casa principal. Com 100 metros quadrados, a Pousada de Praia (da arquiteta Susana Fischer) foi construída com pinus autoclavado e o telhado em palha, capim santa-fé e eucalipto
Espaços para os gourmets
Quem aprecia a gastronomia e as bebidas tem seu lugar na mostra. Um dos ambientes é a Cozinha Gourmet (da arquiteta Carla Kiss) com referências africanas e brasileiras. As panelas de barro tornaram-se objetos decorativos na parede, enquanto uma lousa permite anotar até receitas, já que fica em um "home office" dentro da cozinha
Morar Mais destaca espaços externos
Nem só de ambientes internos se faz uma exposição de decoração. Prova disso é que a parte externa da terceira edição da Mostrar Morar Mais revela muitas novidades e ideias de sustentabilidade. Já na entrada, a luminotécnica (assinada pelas profissionais Adriana Sypniewski e Ivana Winkeler) destaca a sustentabilidade, com os balizadores utilizados na escada e em alguns pontos do jardim que funcionam com energia solar. O equipamento não precisa de fiação elétrica e tem embutido uma bateria autocarregável
Aguce os sentidos. Essa é a principal dica para quem for conhecer os 50 ambientes da Mostra Morar Mais o chique que cabe no bolso, que está em exposição em uma casa da década de 1980 no bairro Bigorrilho, em Curitiba. Tato, olfato, audição, paladar e principalmente a visão devem estar apurados para perceber cada detalhe. O tato será exigido para perceber as inúmeras texturas como a do revestimento do interior de uma Kombi, que decora as paredes da Biblioteca, proposta de Daniella Fanaya e Rubens Portella. O olfato será privilegiado com os aromas do Espaço Sensorial, de Fernanda Menosso e Rose Raitani. A audição será presenteada com o barulho da cascata da Piscina, projeto de Ana Augusta Lupion ou com o barulho dos pássaros dos Jardins, projetados pelo paisagista Dimilson Bentz. Já o paladar será exigido no Café, que estará em funcionamento durante a mostra, projetado por Ana Terra Graf e Marcelo Vacção. Esses são apenas alguns exemplos porque cada ambiente irá oferecer surpresas aos mais atentos.Apesar de a mostra contar com 50 ambientes, o tour não é nada cansativo. A casa, projeto do arquiteto Julio Pechmann, falecido em julho último, recebeu poucas interferências dos profissionais. Um dos franqueados da mostra, o arquiteto Léo Pletz, conta que na época que soube, Pechmann ficou lisonjeado. "Ele só pediu que cuidássemos bem da casa", lembra. Francisca Cury, outra franqueada, diz que a organização não se prendeu a um tema, o "chique que cabe no bolso" e à sustentabilidade, que hoje é recorrente. A terceira edição traz novidades, como um espaço de eventos e um chalé que abriga uma pousada.Os visitantes ainda poderão comprar alguns objetos e móveis expostos. Basta fazer a reserva por meio de uma ficha que será entregue e aguardar o fim da exposição para receber o item. CriatividadeJá na entrada, o Estar de Boas Vindas e Bilheteria, da arquiteta Isabela Pilagallo, destaca uma lâmina de água com um sistema de reaproveitamento de água. A vegetação natural em uma das paredes e a mesa que tem como base um tronco de árvore também chamam a atenção.
No Atelier da Dona de Casa, projetado pelas arquitetas Fernanda Menosso e Rose Raitani, os módulos que dão forma à estante-biblioteca podem ser adequados conforme o desejo de cada um. As arquitetas valorizaram o artesanato local de Santa Felicidade e adicionaram rodízios e almofadas a duas caixas em vime pintado de branco. Outro ambiente é o Estar Principal (de Dalton Vidotti). O espaço é sofisticado e criativo, já que as escadas ganharam luminárias com velas, que também adornam a mesa de centro. Uma peça branca do artista plástico Carlos Eduardo Zimmermann se sobressai sobre a parede em tons de terra. A adega é modulável.
No Mini Estúdio o pouco espaço exigiu muita criatividade. As arquitetas Marina Canhadas e Sabina Bottarelli desenvolveram um apartamento em cerca de 10 metros quadrados, com a cozinha/copa, sala e quarto. "Tivemos muito trabalho e fizemos vários desenhos", conta Sabina. Alguns dos objetos mais em conta que estarão à venda são as almofadas coloridas (R$ 90 cada), as luminárias pendentes com cristal (por R$ 150) e as taças em vidro preto (R$ 39 cada). A cozinha, incluindo a marcenaria, custou R$ 6.640 e também pode ser comprada, inteira ou não. "Economizamos em algumas coisas e gastamos em outras", explica Sabina.
No Banheiro Social, das arquitetas Maria Fernanda Ceschin Lorusso e Luciana Olesko, o conceito do reaproveitamento pode ser visualizado no "aparador da vovó", que se transformou em uma pia. Em branco e preto, no ambiente há espelhos redondos que dão ares de modernidade.
Materiais inusitados decoram o Quarto do Menino, projetado pela arquiteta Ice Denobi e pela decoradora Cleusa Maria de Souza. A luminária foi feita com bolas de pingue-pongue enquanto que os pendentes são garrafas de vidro. Gibis usados revestem o interior dos nichos e o revestimento da parede foi feito com canudos de jornal e tinta látex.
No escritório corporativo, dos profissionais Gisela Ribeiro e Zeh Pantarolli, os destaques são a mesa, que tem a parte interna recheada de lápis e clipes, vistos através do vidro leitoso, e o painel Led Window composto por lâminas da 3form e vidro com adesivos e iluminação de led que mudam de cor, simulando as horas que passam.
Os colecionadores tiveram espaço na mostra. No Escritório do Colecionador, da arquiteta Ivana Malczewski, são quase 20 metros quadrados destinados a quem aprecia colecionar objetos, como elefantes que adornam uma das paredes (um elefante mini poderá ser comprado por R$ 12). Algumas peças são dignas de colecionador, como a escrivaninha egípcia (que estará à venda por R$ 8 mil) ou o relógio de parede (R$ 520). Em anexo à casa, foi construída uma estrutura que abriga o Espaço de Eventos e Piano Arte, desenvolvido por Rose Guazzi e Poliana Portela. O principal destaque é o "tijolo verde", que aproveita restos de materiais utilizados na construção civil e dispensa o uso de forno para secagem. "A construção ficou cerca de 30% mais barata", diz Rose. Já o Piano Arte é uma homenagem ao pianista e maestro João Carlos Martins. O chão ganhou plotagens que remetem à música e o espaço, um tradicional piano de cauda. Cada poltrona em camurça custará R$ 350. A adega, em tijolo verde e vidro, que acomoda 36 garrafas, irá custar R$ 250.
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