As temperaturas baixas do inverno costumam afastar as pessoas das piscinas. Engana-se, no entanto, quem pensa que junto com os momentos de lazer aquático vão embora os cuidados com a qualidade da água e a estrutura do espaço. Pelo contrário, a manutenção correta durante os meses de frio garantirá que a piscina esteja em plenas condições de uso quando os termômetros subirem, sem pesar no bolso dos moradores.
Cuidado
Com dedicação, o próprio morador pode realizar a manutenção da piscina . Basta seguir alguns passos.
1 Avalie e ajuste o pH e a alcalinidade da água. Mergulhe a fita-teste na água e compare sua coloração à apresentada na embalagem. Ela indicará a quantidade de produto necessária para a correção dos índices, que devem ser de 80 ppm a 120 ppm (partes por milhão) para a alcalinidade, e ficar entre 6,8 a 7,4 para o pH.
2 Adicione o cloro, que é obrigatório por lei e tem ação bactericida, fungicida e oxidante, capaz de matar microorganismos e oxidar cargas orgânicas que servem de alimento para as algas. A medida é de 4 gramas de cloro para cada 1 mil litros de água.
3 A cada quinze dias, no inverno, adicione clarificante à água. Ele tem o poder de decantar a sujeira, que depois é aspirada e levada para o filtro por meio de um acessório específico, limpando a água.
4 Para limpar a borda, esfregue-a com uma esponja de louça embebida em um detergente denominado limpa borda. Este produto pode entrar em contato com água da piscina, pois é biodegradável.
5 Siga sempre as instruções de segurança relacionadas ao manuseio e armazenamento dos produtos.
João Ferraz, gerente geral de condomínios da Apsa, lembra que a água da piscina precisa ser tratada independentemente da estação do ano e que, no caso dos condomínios, manter este espaço bem cuidado faz parte da lista de obrigações do síndico. “Ele não pode se descuidar da piscina. Em casos de problemas relacionados ao tratamento da água e ao cuidado do espaço, por exemplo, o síndico pode ser responsabilizado civil e criminalmente pela omissão ou falta de ação”, acrescenta.
Tratamento
Analisar semanalmente a condição da água é o principal ponto ao qual síndicos e moradores devem estar atentos. Isso porque a não adição de cloro e demais produtos responsáveis por manter o pH e alcalinidade da água favorecem o surgimento de fungos, bactérias e algas, que podem causar micose, otite, vômito, diarreia e conjuntivite em quem tiver contato com o líquido. “Esta água também pode se transformar em um criadouro para o mosquito da dengue”, lembra Fábio Forlenza, instrutor técnico da HTH, especializada em produtos químicos para piscinas.
Outra dica é ligar a bomba e o filtro da piscina durante, pelo menos, quatro horas por dia – ou instalar um timer na casa de máquinas que faça o acionamento. De acordo com Emerson Martins, gerente e proprietário da Cia. da Piscina, isso contribuiu para fazer a filtragem e oxigenar a água, deixando-a mais limpa. A revisão da casa de máquinas, por sua vez, deve ser realizada a cada seis meses. Também é recomendado utilizar a rede para retirar folhas, gravetos e insetos mortos da água.
Os especialistas alertam que não é aconselhável esvaziar a piscina, pois, além do desperdício de água, isso pode ocasionar o deslocamento de pastilhas e até mesmo deformações de sua estrutura. “Deixar a limpeza somente para o período do verão também torna o processo mais caro. O custo pode dobrar ou até triplicar, girando entre R$ 600 e R$ 700, de acordo com a piscina”, acrescenta Emerson Garcia Nunes, técnico da Cia. da Piscina.
Reforma
Por ser a época de menor uso do espaço, o inverno também é o melhor período para obras de reparo ou troca do revestimento. “Azulejos soltos e rachaduras podem causar infiltração e gerar danos à estrutura da piscina”, explica a arquiteta Viviane Loyola. Segundo ela, também é preciso ficar atento a levantamentos das bordas e decks.
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