O mercado de locação residencial viu sua demanda aumentar em 2015. Em dezembro do ano passado, 1,16 mil imóveis foram locados na capital, um crescimento de 37% frente ao número de contratos fechados no mesmo mês de 2014.
Na comparação com dezembro de 2012, o aumento foi de quase 30%, de acordo com os dados do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), ligado ao Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR).
INFOGRÁFICO: Veja a evolução no mercado de aluguéis em Curitiba
Parte deste crescimento é resultado da crise econômica, que fez com que muitos inquilinos mudassem para um imóvel menor e/ou mais barato com o objetivo de reduzir os custos com moradia, como explica Augusta Coutinho Loch, gerente da Senzala Imóveis.
“O inquilino que não consegue uma renegociação procura por um imóvel que oferece uma negociação melhor. Tivemos casos de proprietários que não quiseram negociar com inquilinos de cinco anos, por exemplo, que acabaram optando por um imóvel vizinho que pedia menos pelo aluguel”, conta.
Para Elaine Gonzaga, diretora de marketing do Grupo Gonzaga, as campanhas realizadas pelas imobiliárias para atrair os inquilinos e o crescimento da oferta de imóveis disponíveis para locação foram outros fatores que estimularam o aumento da demanda. “Quando sobe a oferta, sobe o número de imóveis alugados”, justifica.
Acompanhando o movimento dos contratos fechados, a carteira de imóveis à espera de um inquilino também cresceu em 2015. Em dezembro, 11,09 mil imóveis estavam disponíveis para locação na cidade, 30,9% a mais do que os 8,47 mil do mesmo mês de 2014. Em relação a dezembro de 2012, o aumento foi ainda mais significativo e chegou à casa dos 64,7%.
Novas unidades
O volume de entrega de novas unidades pelas construtoras é apontado pelos especialistas como o principal fator para o crescimento da oferta na cidade. Isso porque ela coloca no mercado os imóveis adquiridos pelos investidores que pretendem obter renda com a locação e recebem as famílias que deixaram o aluguel para morar no imóvel próprio, como lembra Maurício Ribas Moritz, vice-presidente de Economia e Estatística do Secovi-PR. “Acredito que estamos começando a chegar perto do pico [da oferta]. As últimas grandes entregas aconteceram recentemente, então não devemos ir muito além disso”, acrescenta.
R$ 13,73
Como em qualquer relação de mercado, a oferta abundante tem freado o valor cobrado pelo metro quadrado do aluguel, que teve redução de 1,5% em dezembro de 2015 em relação ao mesmo mês de 2014, ficando na casa dos R$ 13,73. No comparativo com o mesmo período de 2012, o reajuste foi de 3,8%.
O preço médio dos aluguéis contratados em 2015 girou entre R$ 700 e R$ 1,5 mil. O tempo médio para locação, por sua vez, está em cerca de três meses, de acordo com Augusta Coutinho Loch, gerente da Senzala Imóveis.
Seguro fiança cresce como garantia ao pagamento da locação
Modalidade que há tempos desponta no mercado de locação, o seguro fiança tem conquistado cada vez mais locatários como forma de garantia ao aluguel. Em dezembro de 2015, 26,8% dos inquilinos optaram pela modalidade no momento de fechar o contrato, frente aos 63,1% que recorreram ao fiador tradicional.
O número aponta para um aumento de 54,9% entre os adeptos da modalidade, que em dezembro de 2014 representavam 17,3% dos locatários. A maior divulgação deste tipo de garantia, estimulada pelas campanhas focadas no seguro fiança realizadas por algumas imobiliárias, foi um dos fatores que incentivou este crescimento.
Sem constrangimento
Na Gonzaga Imóveis, por exemplo, desde outubro de 2015 os inquilinos podem contratar o seguro fiança gratuitamente, o que fez com as locações que têm a modalidade como garantia aumentassem 50%, de acordo com Elaine Gonzaga, diretora de marketing do grupo.
Na Senzala Imóveis o crescimento foi ainda maior e chegou à casa dos 70% dentro da modalidade, na comparação entre os anos de 2014 e 2015. “Do total de imóveis locados, cerca de 20% utilizaram o seguro fiança”, conta a gerente da imobiliária, Augusta Coutinho Loch.
“Sou partidário desta forma de fiança. Com ela, não há o constrangimento de o inquilino precisar de um fiador e, para as imobiliárias, é mais fácil comunicar a falta de pagamento e receber [o seguro]”, avalia Maurício Ribas Moritz, vice-presidente de Economia e Estatística do Secovi-PR. De acordo com ele, o custo para a contratação do seguro fiança gira em torno de 15% do valor do aluguel.
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