Em 1975, o mercado imobiliário de Curitiba teve outros motivos para comemorara além da neve. O ano marca o início de amplas construções no Jardim Social, um dos primeiros bairros da capital voltado para o público A e B. Uma das campanhas citava "Jardim Social, o luxo de Curitiba" e "Morar no Jardim é ter conceito".
Passados 30 anos, o perfil do bairro mudou. Antes, só famílias de curitibanos tradicionais criavam seus filhos brincando nas ruas largas; agora, paulistas, cariocas e gaúchos chegam procurando uma região tranqüila. O reduto do curitibano nato, conhecido por seu jeito reservado, passou a receber pessoas que se mobilizam por causas como o meio ambiente e a segurança.
Paralelamente, muitas famílias decidiram trocar as grandes moradias por apartamentos depois que os filhos saíram de casa. O resultado é que hoje há imóveis para venda mas raramente para locação. Até por isso, os aluguéis começam em R$ 1,5 mil e podem ultrapassar R$ 10 mil. Segundo Luiz Henrique Rodrigues Fernandes, presidente da Greenville, há uma grande procura por imóveis para locação na região, mas como a oferta é limitada os preço se mantêm em alta.
Marcos de Assis Machado, gerente da Futurama, acompanhou de perto o crescimento do bairro. Inicialmente, conta eram quatro jardins: o Santa Fé, o Social, o Alvorada e o São Diego, que acabaram se tornando um só com o nome atual. A valorização imobiliária se deu após o asfalto nas duas principais vias: a Presidente Washington Luíz e a Fagundes Varella.
Machado observa que, a exemplo da maioria dos bairros de Curitiba, o mercado imobiliário no Jardim Social também está aquecido. O preço do metro quadrado de um imóvel usado vai de R$ 700 a R$ 1 mil. Já os novos chegam a R$ 1,3 mil. Fernandes, da Greenville, afirma que mesmo imóveis usados, desde que com boa conservação, podem bater nos R$ 1,3 mil por metro quadrado. "São casas que estão com pintura nova e em que toda a fiação elétrica e a parte hidráulica foi substituída."
Diferencial
Para o corretor João Batista Gabrielli, da Apolar, o bairro ainda conserva o seu grande diferencial, que é a tranqüilidade. "São apenas residências, e mesmo com o movimento da Fagundes Varella e a da Nossa Senhora da Luz, o bairro é muito calmo", diz. A única ressalva que ele faz é com relação à violência: durante o dia, diz, é mais comum encontrar seguranças particulares fazendo ronda de moto que moradores circulando a pé pelas ruas do bairro.
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