Em pouco mais de seis quadras, parte da história de Curitiba ainda é preservada em uma das mais tradicionais ruas da cidade: a Desembargador Ermelino de Leão. Embora curta em extensão, tem somente 700 metros, ela é grande em importância devido principalmente à boa localização.
A via liga o centro da cidade ao alto do bairro São Francisco, no Largo da Ordem setor histórico da cidade. Apesar de não terem sido tombados como patrimônio do município, grande parte dos imóveis mantém traços arquitetônicos antigos, relembrando a Curitiba do século passado, como o Palácio São Francisco, atual sede do Museu Paranaense, e o prédio da Divisão de Polícia Especializada.
Por toda sua extensão, o predomínio é dos endereços comerciais, em especial hotéis, escritórios e estacionamentos. Edificações residenciais são quase inexistentes. Segundo Trajano Silva, gerente de vendas da Cibraco Imóveis, a procura pela região cresceu principalmente na última década. "Os empresários perceberam que a Ermelino, pela sua localização privilegiada, era um bom endereço para suas instalações. Hoje, praticamente tudo já está ocupado", diz.
Silva destaca, porém, que o tradicional comércio de rua como lojas e vários outros estabelecimentos com atendimento ao público não se desenvolve na região. "A Ermelino não tem estrutura para isso. É uma via estreita, de difícil estacionamento público e o fluxo de pessoas é muito baixo", justifica. Fator que leva a uma diminuição no preço de venda. Segundo a Cibraco, o metro quadrado na rua custa em média R$ 500. Na paralela Ébano Pereira, com maior fluxo de pessoas e via mais ampla, o preço médio é o dobro R$ 1 mil.
Dono de um estacionamento na Ermelino, Luiz Guilherme Salvatori, diz estar satisfeito com a localização de seu empreendimento. "É uma rua tranqüila, fácil de manobrar, sem muito tráfego e agora um pouco mais segura também. Foram fechados alguns bares e a polícia tem feito rondas diárias. Hoje já não temos o mesmo número de assaltos de um ou dois anos atrás", conta.