• Carregando...

Delito - Pichação tem disque-denúncia

Segundo Leonídia Hecke, delegada do Meio Ambiente de Curitiba (administrada pela Polícia Civil), a pichação é um crime federal e a pena prevista em lei vai de três meses a um ano de prisão, além de multa (a ser estipulada pelo juiz). Porém, por ser considerado um delito brando, a delegada admite que, na prática, as penas raramente terminam em reclusão. "Ele acaba tendo de realizar serviços comunitários ou doar cestas básicas." A Polícia, no entanto, não tem o registro do número de pessoas autuadas.

Em Curitiba, problemas com pichação podem ser comunicadas pelo Disque-Denúncia, que foi criado no ano passado (o número é 153), ou pelo serviço da Prefeitura (156). Os atendimentos são feitos pela Guarda Municipal. A Polícia Militar também atende este tipo de denúncia. O número é 190.

Opção - Água e sabão são suficientes para limpar tinta em muro de vidro

Outra alternativa para evitar as indesejadas pichações pode ser a instalação de muros de vidro, que recentemente entraram no mercado brasileiro. "Quanto mais liso e rígido for o material, menos ele estará suscetível à penetração das tintas aplicadas pelos pichadores. E o vidro oferece isto. Além de não ser poroso é extremamente denso", avalia o engenheiro químico e professor da Universidade Federal do Paraná, Juarez Souza de Oliveira.

Em Curitiba, algumas empresas já oferecem o serviço, entre elas a Bosa Vidraçaria. "Instalamos vidros com espessuras que vão de quatro a nove milímetros. Dentro deles existe um material chamado PVP, que é emborrachado e evita a sua quebra", explica Greibis Siqueira, instalador da empresa. O preço do metro quadrado do material ainda é um grande empecilho para que o material se torne popular. Custa a partir de R$ 230. "Mas é uma solução bonita e fácil de limpar, basta água e sabão", afirma Siqueira.

Porém, apesar de proteger contra a pichação, os muros de vidro não são eficientes contra todo tipo de vandalismo. Isso porque, ao serem atingidos por uma pedra, por exemplo, eles podem trincar. "Eles são resistentes a ponto de não quebrar. Mas podem ficar marcados e, algumas vezes, é necessário trocar toda a estrutura", diz o instalador.

Apenas seis meses após pintar toda a fachada e o muro de sua casa, a aposentada curitibana Tereza Leal teve uma triste surpresa. Assim como muitos outros proprietários, ela foi vítima da ação de pichadores. Ousados, os vândalos mancharam, em plena luz do dia, todo o muro lateral de sua residência. "Só terei dinheiro para repintá-lo no ano que vem", diz a aposentada, que ainda não sabe se irá optar por alguma tinta ou verniz contra a pichação – que têm composição química diferenciada e permitem apagar a sujeira da pichação.

A indecisão da moradora tem justificativa: o preço e a dificuldade em encontrar estes produtos. De acordo com especialistas, quem pretende proteger a casa dos pichadores de maneira eficiente deve estar disposto a gastar, em média, quatro vezes mais com as tintas e vernizes especiais. "Isso acontece porque a sua produção envolve tecnologia muito avançada, que gera gastos repassados ao consumidor", explica Wagner Santos, químico do laboratório WestHouse, que desenvolve pesquisas no campo de tintas imobiliárias.

Para ele, isto explica também a razão para haver poucos fabricantes ."Pelo preço elevado, a procura é pequena. Com isso diminui o interesse em se produzir", avalia. A Associação Brasileira das Indústrias Fabricantes de Tintas (Abrafati) confirma. Segundo ela, nenhuma das grandes empresas que atuam no Brasil possuem linhas contra a pichação. E ainda, são poucas as fabricantes menores que investem neste tipo de produto.

Uma delas é a Quimline – de São Paulo –, que produz tinta à base de poliéster e um removedor da pichação, exclusivo para ela. "Quando não dá para evitar o vandalismo, é só passar um pano úmido com o removedor que a sujeira irá sair", explica o proprietário da empresa, Farid Matuck. Porém, a remoção deverá ser feita nas primeiras horas após a pichação, para garantir a retirada completa da poluição. Apesar de não ter representantes em Curitiba, a empresa aceita pedidos por telefone. O galão de 3,6 litros de tinta custa R$ 115 e o litro do removedor R$ 38.

Outra fabricante, a Bautech – também de São Paulo –, desenvolveu um produto com características semelhantes. Mas não uma tinta, e sim um verniz acompanhado do removedor. Após a pichação, a superfície pintada com este produto pode ser limpa. O verniz é encontrado em lojas especializadas de Curitiba (para consultar os endereços basta ligar para a central de atendimento da empresa). É vendido em um galão de cinco litros (suficiente para cobrir uma parede de 25 metros quadrados) a R$ 216. O removedor custa R$ 50 o litro.

De acordo com o arquiteto Leonardo Heitz, da Leonardo Heitz Arquitetura, são poucas as opções disponíveis para a proteção contra a pichação. Para ele, as tintas e vernizes especiais são mesmo as mais eficientes. "Mas é o morador quem deverá projetar os gastos para saber se o investimento compensa ou não. Às vezes é mais barato repintar do que pintar com esses materiais. Porém, não dá para esquecer a trabalheira e os gastos com mão-de-obra", explica.

Para quem procura uma solução alternativa, com custos menores, o arquiteto aconselha cuidar na hora de escolher a estrutura frontal da residência. "No lugar dos muros, quem está construindo pode optar por grades", diz. Outra sugestão do profissional são as tradicionais plantas de parede. "Existem diversas espécies para cobrir todo o muro. Mas o morador deve estar disposto a arcar com os cuidados constantes de rega, limpeza e poda", alerta.

Serviço: Quimline Produtos Químicos (11) 5181-4733 . Bautech (11) 5572-1155. Bosa Vidraçaria (41) 3372-1412.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]