O estudante João Paulo Santana exibe orgulhoso seu projeto.| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

Na contra-mão da alta-tecnologia, o estudante do 5º ano de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Positivo, João Paulo Santana, 28 anos, acaba de projetar um telhado verde para sua casa de sítio, em São João do Triunfo, a uma hora de Curitiba. Nela, será usada uma estrutura de tábuas de madeira, lona de caminhão para garantir a impermeabilidade e 10 centímetros de terra, em que será plantada a grama, preferencialmente da mesma biorregião. Nesta etapa, ele conta que irá convocar uma mutirão de pessoas para ajudar na tarefa, com o objetivo de disseminar a ideia dos telhados vivos em Curitiba. "Além de diminuírem as ilhas de calor na cidade, evitam o uso da telha convencional de cerâmica, que implica na queima de floresta nativa (lenha) e emissão de gás carbônico".

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Para ele, a arquitetura precisa refletir o espírito de seu tempo, e hoje as energias renováveis e tecnologias sustentáveis deveriam ter maior evidência dentro das universidades.

"As cidades não vão parar de crescer, mas torná-las melhor habitáveis é nossa responsabilidade", reflete a arquiteta especialista em Bioclimática Paula Fraiz Morais. Para isso, não é apenas o arquiteto que precisa ter essa consciência ambiental, mas também o empreendedor, que, na opinião da profissional, muitas vezes coloca a questão estética acima do potencial sustentável de um projeto.

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Segundo ela, é preciso estar atento ao ciclo de vida dos produtos e procedimentos utilizados na construção civil, minimizando ao máximo seu impacto no meio ambiente. Um exemplo criticado pela profissional é o uso excessivo de vidros na área externa das construções, o que aumenta a incidência de luminosidade e calor. A consequência é um consumo energético muito maior, decorrente do uso do ar-condicionado que poderia ser evitado com um bom sistema de ventilação.