Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
trabalho

Mercado procura corretores de imóveis

Aquecimento do setor aumentou o interesse pela profissão. Mas segundo o Cofeci, ainda faltam profissionais

O corretor Marcelo Freitas: profissão exige noções de finanças e informática | Priscila Forone / Gazeta do Povo
O corretor Marcelo Freitas: profissão exige noções de finanças e informática (Foto: Priscila Forone / Gazeta do Povo)

O aquecimento do mercado imobiliário ao longo dos últimos anos criou um déficit de profissionais para o segmento. Segundo o Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), autarquia que regulamenta o setor, o país tem hoje 220 mil corretores de imóveis – mas a entidade garante que há espaço para o triplo.

A quantidade, no entanto, não para de crescer. Nos últimos dez anos, de acordo com levantamento do Conselho, cerca de 65 mil pessoas aderiram à profissão. Segundo o presidente do Cofeci, João Teodoro da Silva, 10.472 corretores atuam no Paraná. "O número de profissionais no estado teve um crescimento de 24,5% em 2010, acima da média nacional, que foi de 13%." Para 2011, a expectativa é de crescimento no mesmo ritmo. Com as vendas em alta, a remuneração do setor tem se mantido bastante atraente – o salário varia conforme o volume de negócios fechados, mas segundo o Cofeci, o rendimento não fica abaixo dos R$ 3 mil mensais.

A Apolar Imóveis e a Imo­biliária Galvão pretendem contratar ao menos 200 corretores para Curitiba e região metropolitana até o fim do ano. O segmento que mais absorve profissionais é o de venda de lançamentos. "É a porta de entrada para a maioria, pois para vender imóveis prontos é preciso ter conhecimento na área de avaliação. Isso demanda tempo de mercado", afirma o diretor geral da Galvão Vendas, Gerson Carlos da Silva.

Qualificação

A competitividade natural da profissão, no entanto, tem determinado a necessidade de qualificação. Embora para conseguir a inscrição nos Conselhos Regi­onais de Corretores de Imóveis (Creci) exista apenas a exigência de ensino médio completo e do curso Técnico em Transações Imobiliárias (TTI), o mercado tem pedido mais. "É preciso ter boa noção de finanças, administração e informática", opina Marcelo Freitas, que há 17 anos atua no mercado e hoje gerencia uma equipe com 25 corretores. Freitas diz que a graduação em Publicidade e Propaganda abriu o caminho para aumentar sua capacidade de negociar. "Fiz outros cursos de curta duração e hoje posso atuar também como avaliador de imóveis", diz.

De acordo com o levantamento do Cofeci, 52% dos profissionais têm curso superior e as formações mais recorrentes são Direito, Administração e Enge­nharia. Ainda pouco difundido no país, o curso superior em Negócios Imobiliários é uma das bandeiras da entidade para aumentar a profissionalização. A grade contempla direito imobiliário, arquitetura e finanças, entre outros tópicos. O curso existe há cinco anos e 5,5 mil corretores (2,5% do total do país) concluíram a graduação. "O número ainda é pequeno, mas a existência de formação específica para a área faz despertar nos jovens a vontade de construir carreira no ramo imobiliário", analisa a corretora e proprietária de uma franquia da imobiliária Apolar, Silvana Kuster, que concluiu o curso – com duração de dois anos – em 2009.

O portal do Ministério da Educação (MEC) lista sete instituições de ensino superior que oferecem o curso, presencial e à distância, em Curitiba.

Para a pedagoga da universidade corporativa do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado do Paraná (Sindimóveis), Carlas de Andrade, a formação em nível superior e a contínua qualificação traz dignidade à classe, limando a visão preconceituosa, pela qual o corretor é visto como a pessoa que não deu certo em outras áreas.

"Qualificados, os corretores passam de intermediadores de uma relação de compra e venda para consultores aptos a solucionar problemas dos clientes e não preocupados em ‘vender a qualquer preço’", aponta o superindentende da imobiliária Apolar, Jean Michel Galiano, que reconhece a dificuldade em encontrar corretores com esse perfil no mercado.

A mudança gradativa no perfil dos corretores, aliando juventude e qualificação, é vista por Silvana como o caminho no mercado imobiliário. Segundo o Cofeci, nos anos 1970 a média de idade dos profissionais era de 60 anos. Hoje está em 38 anos. Já a participação feminina nos cadastros da entidade passou de 8% para 20% nos últimos dez anos.

Serviço:

Confira as instituições que oferecem o curso superior de Negócios Imobiliários em Curitiba (presencial e à distância): Centro Universitário Claretiano, Centro Universitário de Maringá, Centro Universitário Leonardo Da Vinci, Universidade Castelo Branco, Universidade Federal do Paraná, Universidade Luterana do Brasil, Universidade Salvador.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.