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Nilson Fidelis de Souza, de 62 anos, em mudança de Maringá para Curitiba: facilidade para encontrar o imóvel que desejava | Priscila Forone/ Gazeta do Povo
Nilson Fidelis de Souza, de 62 anos, em mudança de Maringá para Curitiba: facilidade para encontrar o imóvel que desejava| Foto: Priscila Forone/ Gazeta do Povo

Manutenção facilita negociação

Quem pensa em colocar para locação um apartamento ou casa deve estar atento ao estado de conservação do imóvel. O diretor-executivo da Administradora Gonzaga, Roberto Gonzaga, diz que sempre alerta os proprietários que é muito importante manter o imóvel em boas condições. "Às vezes, o mato está alto, o jardim não está feito, a pintura está riscada, o carpete de madeira também, ou então as instalações elétricas e hidráulicas não estão perfeitas. Isso produz uma demora para conseguir clientes, e o prejuízo é do proprietário", explica.

Gonzaga ressalta que o investimento em manutenção é de responsabilidade do proprietário e é quem ganha com isso. "O imóvel em bom estado de conservação com certeza será locado mais rapidamente. O inquilino é muito observador, principalmente a mulher, que – em 99% dos casos – é quem decide."

O vice-presidente de Locação e Administração Imobiliária do Secovi-PR, Luiz Valdir Nardelli, lembra que o imóvel tem uma depreciação natural e concorda que o mercado hoje está mais seletivo. "O proprietário valoriza o imóvel se cuidar dele, mas o ideal é que faça uma manutenção contínua, para evitar que tenha no futuro uma despesa grande em manutenção", comenta. "A manutenção tem de ser feita como um todo. Não é só pintura, por exemplo, mas também o piso, a parede, os azulejos, as tomadas, entre outras coisas."

Os meses de janeiro, fevereiro e março costumam ser os mais quentes para o mercado de locação, especialmente o segundo mês do ano. É o que informa o Sindicato da Habi­­­tação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR).

O diretor-executivo da Ad­­­­mi­nis­tradora Gonzaga, Roberto Gonzaga, comenta que aluga de 180 a 200 imóveis por mês e que, no período de janeiro a começo de março, as locações sobem cerca de 35%, chegando a cerca de 260 imóveis alugados por mês na Gonzaga. "Os estudantes e gerentes de empresas transferidos para a cidade são os responsáveis pela maior procura de imóveis nessa época do ano. As transferências das empresas são feitas normalmente nesse período para não atrapalhar o calendário escolar dos filhos."

Ana Maria Morais Milarski, ge­­­­ren­­­­te de Locações da Imobiliária Cibraco, diz que já há movimentação nos meses de novembro e dezembro de sondagem para aluguel no começo do ano. "Os clientes aproveitam os últimos meses do ano para conhecer a cidade, os bairros, o entorno do local de trabalho e escolas, e começam uma negociação."

Oferta em alta

O vice-presidente da área de Loca­ções e Administração Imobiliária do Secovi-PR, Luiz Valdir Nardelli, diz que a expectativa para este ano é diferente em relação ao ano passado. "Tínhamos chegado a esse período com uma oferta muito pequena. Hoje, a oferta subiu bastante e quem procurar terá mais opções do que no ano passado", afirma. Os números do Secovi-PR confirmam: em novembro de 2008 havia 3.100 imóveis residenciais disponíveis para locação em Curitiba. Já em 2009, ainda em outubro, eram 4.400, isso sem contar os comerciais. Nardelli acredita que neste ano o aumento em relação ao ano passado será de cerca de 1.500 unidades.

Gonzaga acredita que esse au­­mento na disponibilidade é decorrente do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida, e de mais facilidades de crédito. "De 28% a 30% dos locatários foram para sua casa própria, deixando livres muitos imóveis". Mas o mercado continua dando conta da oferta, segundo Nardelli.

Gonzaga lembra ainda que a alta na oferta deste ano pode fazer o setor enfrentar o período de ouro da locação com preços mais baixos. No entanto, ele ressalta que continua sendo o investimento mais rentável que existe, porque há três ganhos: o direto – que corresponde a cerca de 0,7% do valor total do imóvel por mês –, o indireto –que seria o que o proprietário deixa de pagar quando aluga (IPTU, condomínio, seguro incêndio, entre outras taxas) – e a valorização natural do imóvel – que varia de 12% a 25% ao ano, dependendo do tipo de imóvel. "A oferta maior não é uma preocupação, porque a valorização do imóvel reflete na locação posteriormente. Esses três ganhos são robustos e seguros e nenhuma aplicação financeira acompanha."

Nardelli ressalta que, nos países desenvolvidos, mais ou menos 35% da população mora de aluguel. Em Curitiba, esse índice é de 17,5% e, no Brasil, 16%. "A oferta aumentou, o aluguel está estável, estamos num mercado tranquilo, sem nenhum sobressalto. O proprietário está satisfeito porque o aluguel está em um nível bom, o inquilino porque tem muitas opções. Poucas vezes no Brasil tivemos um equilíbrio tão bom para ambas as partes."

Nilson Fidelis de Souza, 62 anos, aproveitou o momento. Ele é técnico administrativo da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e está para ser transferido para a capital. Há um mês em Curitiba por outros motivos, ele conta que foi fácil conseguir imóvel para alugar. "Se­­le­­cionei alguns imóveis, algumas imobiliárias, vim para Curitiba e confirmei minhas escolhas", diz ele, que alugou um apartamento mobiliado de um dormitório, no Centro, na faixa de R$ 900 – contando o condomínio.

O estudante Guilherme Weigert, 17 anos, de Guarapuava, passou em Engenharia Ambiental na Pon­­­­tifí­­­cia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e já está se preparando para morar em Curitiba, mas ainda não definiu o que fazer. Por um la­­do, pensa em comprar imóvel como forma de investimento a longo prazo; por outro lado, pensa em alugar. "A vantagem do aluguel é que, se eu não conseguir me adaptar bem, não teria de me desfazer de um apartamento comprado, o que seria bem mais difícil. É uma cidade maior, uma vida diferente."

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