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Uma ruela, casas antigas e sem muro. Uma descrição desta nem parece mais ser de Curitiba. A metrópole que cresce em ritmo cada vez mais frenético. Mas a capital paranaense é assim, diversificada até mesmo quando o assunto é moradia. Em meio a prédios de altíssimo padrão, condomínios horizontais e bairros repletos de sobrados, as vilas mantêm seu charme e espaço.

Compostas geralmente por casas antigas com dois ou três quartos, que se agrupam em ruazinhas sem saída e acabam formando uma pequena comunidade, as vilas surgiram na década de 70. Não há um levantamento preciso sobre quantos conjuntos residenciais existem em Curitiba com essas características, mas profissionais da área indicam que há mais de uma centena de vilas espalhadas pela capital.

Quando você entra em uma dessas vilas a sensação é de não estar em Curitiba e esse é o atrativo para a maioria dos moradores dessas comunidades. Jovens casais, idosos, crianças e até empresas dividem esse espaço sem problemas de convivência. As pessoas costumam se tornar amigas e chegam a passar até algumas datas comemorativas juntas. A rotina é menos impessoal do que nos prédios. As taxas de condomínios são menores, geralmente para reparos em áreas comuns ou para cuidar do jardim. Algumas têm portão eletrônico e sistema de segurança.

Há 42 anos Gerda de Oliveira vive desta forma. "Quando cheguei no bairro (Cristo Rei) só existia essa vila, o restante era mato. Com a chegada dos prédios e a movimentação do comércio, nossa rua foi ficando pequenininha dentro de uma rua bem maior", conta Gerda, que mora com o neto e a filha. Localizada na Rua Atílio Borio, a Vila Residencial Anibal Aguiar conta hoje com sete casas. "Nossa relação com os vizinhos é muito boa. Conhecemos todo mundo e sempre nos ajudamos", afirma a moradora.

As regras a serem seguidas não costumam passar de colocar o lixo para fora no dia certo e andar com o cachorro na coleira. Cada proprietário responde pela limpeza da área frontal de sua residência. As despesas de água e luz das áreas comuns são rateadas, bem como as dos serviços de vigilância. As normas em relação ao silêncio são muito mais flexíveis do que nos prédios.

Gerda conta que geralmente pessoas param na portaria perguntando se existem casas à venda. "Há uma procura muito grande. Quando uma casa é disponibilizada em pouco tempo o negócio já está fechado", enfatiza a moradora.

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