lão Satélite, mostra que acontece paralelamente ao Salão Internacional do Móvel de Milão, na Itália, sempre no mês de abril, se firma como a principal vitrine do jovem design internacional. Apenas na edição passada chegou a 700 o número de designers participantes, além de 20 escolas de todo o mundo.
Principal mentora e, desde sua criação, responsável pela curadoria do evento, a venezuelana Marva Griffin Wilshire não se cansa de rodar países em busca de novos talentos. Este ano foram três viagens, duas para a Ásia e uma para a América Latina, onde, em meio a animadas palestras, ela ensina o caminho das pedras aos candidatos a expositores do Salão Satélite. ?É necessário talento, mas, igualmente, trabalho e determinação?, afirmou, em entrevista ao passar por São Paulo, após visitar seu país natal. Confira os principais trechos da conversa com Marva.
Como surgiu o Salão Satélite?
Tudo começou com a abertura do Salão do Móvel para eventos culturais, no meio da década de 1990. Na época, jovens designers reclamavam da falta de espaço na mostra oficial e dos altos preços de participação. Foi quando o então presidente do salão, Manlio Armellini, me chamou para uma conversa e disse: ?veja o que você pode fazer por eles?. Definimos 25 espaços e partimos para a seleção dos trabalhos. A edição inicial teve cerca de 100 designers dos cinco continentes.
Como se dá o processo de seleção?
As inscrições têm início após o término do Salão do Móvel, em junho. Em seguida, nosso júri se reúne, discute os projetos e faz a seleção final com base não só no que nos é apresentado, mas, principalmente, na pertinência das propostas, nas grandes questões atuais do design, como a sustentabilidade. Por isso é importante estar atualizado.
Como tem sido a participação brasileira ao longo dos anos?
Constante e muito aguardada. O trabalho dos jovens brasileiros ajuda a injetar um frescor único a cada edição do Satélite. Por lá passaram Alessandro Jordão e Kiko Sobrino, Pedro Paulo Franco e Sergio J. Matos, apenas para citar alguns. Isso sem falar do espaço expositivo, que, desde a transferência da feira para suas novas instalações, tem sido assinado pelo também brasileiro Ricardo Bello Dias.
Como a senhora vê a atual cena do design na America Latina?
Com grande interesse e entusiasmo. Questões importantes, como reciclagem e low tech, ou seja, a necessidade de se produzir com menos recursos, visando a preservação do meio ambiente, estão bastante presentes. Gosto também da forma como as técnicas artesanais e os materiais locais são reelaborados pelos designers daqui. Como o fazem, por exemplo, Fernando e Humberto Campana, dois queridos e talentosos amigos.
O que a senhora está preparando para os 15 anos do Satélite?
Penso em unir designers jovens e nomes consagrados, que se ocupariam da criação conjunta de um objeto de desenho industrial, mas isso, por enquanto, é só uma ideia. Também penso em um livro comemorativo, mas certeza mesmo do que acontecerá só terei quando voltar para a Itália. De certo posso antecipar que haverá uma grande festa. Apesar do momento de crise, não nos faltam bons motivos para comemorar.
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