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Armário composto de cristaleira e balcão que eram dos avós de Elizabeth. Foram lixados e receberam uma nova camada de verniz | Antônio Costa/Gazeta do Povo
Armário composto de cristaleira e balcão que eram dos avós de Elizabeth. Foram lixados e receberam uma nova camada de verniz| Foto: Antônio Costa/Gazeta do Povo

Manutenção

Saiba como conservar seus móveis de madeira

Nunca utilize produtos (álcool e multiusos em geral) e nem instrumentos de limpeza abrasivos (esponjas) nos móveis de madeira.

Passe apenas um pano seco macio (flanela ou algodão) para tirar o pó. No máximo, um pano levemente umedecido.

Use cera incolor para proteger o móvel de manchas e riscos superficiais. O óleo de peróba também protege, mas em partes do móvel que não são envernizados costuma manchar a madeira, já que, com o tempo, é absorvido pelo material.

Proteja os móveis de madeira externos com um impregnante, chamado comercialmente de stain. O produto é repelente à água, protege a madeira dos raios UV e das intempéries, além de ter em sua composição propriedades fungicidas. A frequência de reaplicação do stain varia de seis meses a um ano. Lembrete: o stain tende a escurecer um pouco o tom da madeira.

Fontes: Robson Walker, artesão e restaurador, e Vedacit/Otto Baumgart.

Mesmo móvel, nova função

Um berço que virou sofá e cabideiro. Tábuas de lavar roupas que se transformam em revisteiro e em base para uma mesinha lateral. Um mosaico de família que se junta a um espelho antigo para decorar a sala de casa. Esses são alguns elementos que compõem a decoração da casa dos designers Libia Patricia Peralta Agudelo e Eloy Fassi Casagrande Júnior, no bairro Pilarzinho, em Curitiba, e que surgiram da reciclagem de peças antigas da família. "É uma forma de continuar usando os móveis e objetos que têm valor sentimental ou mesmo um design diferente, mesmo que com outra função", diz Patricia, que possui uma empresa de soluções sustentáveis, o EcoStudio. Ela e o marido têm PhD na área de Meio Ambiente pela Universidade de Nottingham, na Inglaterra.

No caso do berço do filho Daniel, hoje com 11 anos de idade, a maior parte do móvel virou um sofá para criança, com gavetões e almofadas, no mezanino da casa. Uma das grades laterais serviu ainda para fazer um cabideiro para o quarto do casal. "É uma ideia interessante para os pais que investem pesado em um berço de qualidade e depois que o filho cresce não acham utilidade no móvel", sugere Patricia.

Na mesma linha de transformação, quase na entrada da casa, uma peça se destaca: é a união de um vitral com um mosaico Art Nou­­veau da família de Patricia com um espelho que está há anos na família de Casagrande. "Foi uma solução simples pela qual a artesã cobrou R$ 150 para fazer."

Com muita criatividade, Casa­­­grande ainda achou um jeito de reutilizar antigas tábuas de lavar roupa. Unidas de duas em duas tornam-se pés de mesa inusitados ou ainda um revisteiro bastante prático.

  • Elizabeth na poltrona clássica que reformou junto com outra dos anos 1970
  • Mesinha montada com base de tábuas de lavar roupa usadas
  • O casal de designers Eloy e Patricia e o filho de Daniel no sofá criado a partir do antigo berço
  • Detalhe do sofá para criança feito a partir do berço de Daniel
  • Espelho antigo de Eloy e mosaico Art Nouveau de Patrícia formaram uma nova peça

Mesas de jantar e poltronas são alguns dos móveis que a família costuma passar de geração em geração e que são difíceis de se desfazer, já que normalmente são feitos de materiais de ótima qualidade, como madeiras nobres, ou simplesmente têm um valor sentimental inestimável.

Esse é o caso de metade dos mó­­­­veis que compõem as salas de estar e jantar da médica pediatra Maria Elizabeth Pasternak Glitz, em um apartamento do bairro Cristo Rei, em Curitiba. Um armário, composto de balcão e cristaleira, e uma mesa oval que pertenceram aos seus avós, 87 anos atrás, foram algumas das peças que ela fez questão de restaurar e usar na nova decoração do ambiente. O desafio de mesclar as peças antigas com as novas, de traços retos e design contemporâneo, foi da arquiteta Cristiane Mangrich Dias. "Acho os móveis antigos muito bonitos, mas não dispenso a funcionalidade dos modernos", afirma Elizabeth.

Duas cadeiras que eram da mãe da médica e uma poltrona de traços clássicos que está há tempos na família também foram reformadas. "Foram lixadas, receberam uma camada de resina poliéster, lixadas novamente e depois cobertas com um verniz acetinado, que protege o móvel de acidentes superficiais, como riscos, mas não de químicos abrasivos", explica o pintor especializado em móveis de madeira, da G Castro Indústria e Comércio de Móveis, Gilberto Castro.

A poltrona clássica foi revestida com um chenile cor azul petróleo, assim como uma poltrona do "pa­­­pai", da década de 1970, que o marido de Elizabeth fez questão de manter. "Aquele virou nosso cantinho de leitura", diz. Um móvel de origem chinesa, presente do sogro de Elizabeth, completa o cantinho. "O mesmo azul está em uma estampa floral das cadeiras da mãe da Eli­­­zabeth. Essa combinação do azul petróleo e tons de marrom e bege está bastante em alta, o que atualizou os móveis da casa", ressalta Cristiane.

O artesão e restaurador Robson Walker alerta, porém, que nem sempre é preciso mexer no móvel antigo. "Às vezes, é justamente a marca do tempo, os riscos e as manchas que dão o charme ao móvel e o caracterizam como antigo. Se for algo sutil, talvez não precise ser consertado", comenta.

Mais do que restaurar, no entanto, o pedido dos clientes do artesão tem sido por transformar os móveis. "Uma pintura toda branca ou um tingimento no tom tabaco. É uma decisão que deve ser bem pensada porque reverter a repaginada será bastante trabalhoso", avisa. Seja para restaurar ou para transformar, o orçamento é calculado de acordo com cada peça. "Não considero exatamente o tamanho, mas qual o trabalho que terei de fazer, quanto tempo vou demorar e o material que usarei", diz Walker. Na G Castro, um serviço de pintura custa, em média, R$ 130 o metro quadrado do móvel.

Estofados repaginados

A maioria dos conjuntos de sofá não chega a ser um clássico do design, mas tem o apreço dos donos, por estarem adaptados aos seus gostos e espaço físico da residência. "Isso também faz com que a opção seja por reformar e não comprar novo", diz o dono da Rufato Estofados, Móveis e Colchões, Romildo Rufato.

Segundo o proprietário de outra reformadora, a Ed & Art, Edgar Mil­­­larch, o orçamento para renovar um jogo de sofás e/ou poltronas envolve a avaliação da estrutura (se madeira está inteira, com cupim, etc), da espuma (se perdeu a densidade ou não) e do tecido (que tem o custo calculado em metro linear). "Considero o que deve ser feito e quanto tempo vai levar. Em média, o custo de mão de obra não sai por menos de R$ 350."

Millarch afirma que, em alguns casos, o valor pode chegar próximo ao de um conjunto novo. "No caso de móveis populares, que tem estrutura mais fina, frágil, e o tecido também de baixa qualidade, vale mais a pena comprar novo".

Cristiane Mangrich Dias acredita que é possível economizar cerca de 40% aproveitando o sofá velho no lugar de mandar fazer um novo. "Se o sofá tiver uma estrutura boa, podemos não só trocar o tecido, mas também modernizar o desenho."

Millarch aponta que a espuma mais indicada para o assento de um jogo de estofados é a de densidade ortopédica, acima de 28. "As mais macias, que chamamos de soft, aplicamos por cima da espuma de densidade ortopédica, para dar um toque mais macio, funcionando da mesma forma que o pillow nos conjuntos de colchão box".

Tecido

O chenile tem sido o tecido mais pedido nas reformadoras. Seu custo varia de R$ 25 a R$ 40 o metro linear. "Em termos de tendência, a camurça está mais em alta do que o chenile e também é um tecido resistente e macio", sugere Cristia­­­ne, que usou o tecido para o sofá novo desenhado para a sala de Eliza­­­beth.

Para garantir um tecido bonito por mais tempo, Rufato aconselha a impermeabilização do estofado. "Um produto siliconado é aplicado em toda a extensão do sofá ou poltrona, protegendo o tecido da sujeira leve, como um líquido derramado", diz. O serviço fica em torno de R$ 250 para um sofá de cinco lugares. "Não recomendo a reaplicação do produto, já que com o tempo o tecido perde elasticidade e brilho. Em dois anos, o melhor é trocar novamente o tecido e fazer a impermeabilização". Ele diz que é raro um tecido que não possa receber o produto siliconado, mas é sempre bom fazer um teste em uma pequena parte para ver se não há alteração da textura do material.

Serviço:

Atelier Robson Walker - Rua Dr. Roberto Barrozo, 1.761, Mercês. Fone: (41) 3077-4520.

Ed & Art - Avenida Anita Garibaldi, 6.456 (Casa 6), Barreirinha. Fone: (41) 3013-1594.

G Castro - Rua Porto União, 96, Jardim Apucarana, Almirante Tamandaré. Fone: (41) 3657-8441.

Rufato - Rua João Bettega, 6.000, CIC. Fone: (41) 3078-3315.

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