O Parque Iguaçu foi criado em 1976 para preservar os fundos de vale do Rio Iguaçu. Mas, ao contrário do que ocorre no entorno de outros parques de Curitiba, a presença do espaço verde não determinou a valorização dos bairros próximos. "Aquela área era proibida para loteamentos, por ser uma área de preservação. Mas acabou sendo invadida e gerando desvalorização do entorno", diz o membro do conselho consultivo do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR), Marcos de Assis Machado. Para ele, o que compensa essa situação é a boa estrutura comercial e urbana de bairros como o Alto Boqueirão e o Uberaba. "Na Avenida das Torres, a 500 metros do parque, há condomínios com valor agregado bastante alto", analisa.
Dois projetos da Prefeitura Municipal de Curitiba buscam solucionar problemas na região. Um deles é a transformação do Parque Iguaçu em um novo espaço para receber eventos culturais, como shows musicais. O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) avalia a possibilidade de o parque receber uma arena. "Até o início de 2011, teremos o estudo finalizado. Observamos que essa medida beneficiará o parque que será revitalizado", diz o coordenador do departamento de Parques e Praças da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sérgio Tocchio.
A outra medida é a implantação do Parque da Imigração Japonesa, ao lado da Vila Audi/União, no Uberaba, desde a BR-277 até a Avenida das Torres. Segundo Tocchio, o novo equipamento trará reestruturação socioambiental e será mais um passo para a consolidação do parque linear do Iguaçu "formando uma barreira de proteção às margens do rio." As obras estão na fase de fundação para a construção da estrutura administrativa e do centro de eventos dedicado às tradições japonesas.
Para Machado, a presença do novo parque estimula os investimentos imobiliários. "Aquele ponto da cidade era o fim de Curitiba. Com o parque haverá interesse para novos empreendimentos."
A construção do condomínio Parques do Iguaçu, da Opcional Engenharia e Construções, ao lado do novo parque, sinaliza a mudança. O sócio da empresa, Gabriel Marton, afirma que o empreendimento, lançado em março de 2010, tem cerca de 50% dos 60 apartamentos vendidos. "O perfil da região é para imóveis mais baratos. Os apartamentos custam em média R$ 150 mil e têm dois quartos", diz.
Além do novo empreendimento, a reportagem da Gazeta do Povo localizou três apartamentos, uma casa e uma área comercial à venda no entorno do parque. Em um condomínio popular na Avenida das Torres, ao lado do viaduto do Uberaba, a Apolar Imóveis vende três imóveis: um apartamento de dois dormitórios e duas unidades de três dormitórios. O menor tem 45 metros quadrados e custa R$ 110 mil. Os imóveis de três dormitórios têm área de 62,8 metros quadrados e custam R$ 120 mil e R$ 125 mil.
No caminho para o zoológico, na Rua Eduardo Pinto da Rocha, há uma casa de três dormitórios e 100 metros quadrados à venda pela imobiliária R. Faria por R$ 145 mil.
O imóvel comercial fica no início de São José dos Pinhais, no número 622 da Avenida das Américas. São 600 metros quadrados, com um escritório de 150 metros quadrados no centro do terreno.O preço do imóvel é de R$ 450 mil e a negociação é direta com o proprietário.
Machado, do Secovi-PR, afirma que os bairros da região do parque têm núcleos urbanos com boa estrutura, o que determinou o aumento dos preços entre maio de 2009 e maio de 2010. "Os apartamentos de três quartos foram os que tiveram maior aumento de preço no Alto Boqueirão. No ano passado, havia imóveis usados por R$ 1.300 o metro quadrado, em média. Este ano, o preço de imóveis, com o mesmo perfil, é de R$ 1.700."
Próximo domingo Parque Atuba
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