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Mais de meia década após a grafitagem conquistar as vias públicas como expressão artística, a linguagem surge renovada como tendência decorativa e instrumento contra as pichações indesejadas.

Nascida na Idade Média – quando era comum "pichar" (passar piche) as pessoas, marcando para os outros aqueles que teriam ligações com a magia negra – a pichação, berço da hoje reconhecida arte do grafite, adquire atualmente novíssimos contornos.

Povoando muros e paredes dos grandes centros urbanos, a grafitagem baseada em spray, látex e acrílico vem sendo incorporada ao cenário de Curitiba, como as obras de João Paulo Rotava, o Bolacha, e Márcio Cavalheiro, o Casé, que podem ser vistas em ruas próximas ao Passeio Público, mas também em espaços privados, como a Fundação Getúlio Vargas e a Faculdades Integradas do Brasil (Unibrasil).

Mas o custo desta arte ainda é alto, cada lata de spray chega a R$ 12 e, para um muro de tamanho médio vão, no mínimo, 30 latas, o que dificulta que a arte se expanda ainda mais. Por isso, João Paulo Rotava acha a técnica inviável financeiramente quando a intenção é apenas a prevenção de pichações. "Mas, em alguns casos, quando o trabalho tem muitas cores e desenhos, pode até evitar vandalismos porque os pichadores não-autorizados respeitam e sabem o trabalho que tivemos", diz Bolacha.

O artista plástico Juan Parada explica que, cada vez mais, a população aceita e admira as artes de rua, o que se reflete em um maior uso do grafite. Até mesmo para ilustrar espaços privados (in door) já são requisitados esses estilos de arte. "Fizemos recentemente um painel para o jardim de inverno de uma cliente que desejava algo sobre o tema pássaros", relata.

Ele diz trabalhar sobre uma vertente estética que, apesar de usar o instrumental do grafite, enfoca mais os aspectos gráficos, evitando personagens e letras. "Minha arte é mais abstrata, costumo desenvolver um tema tendo em mente cores e linhas", afirma o artista plástico.

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