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Assim como o consórcio de automóveis, a compra programada de imóveis também ganhou novos usos além daquele estabelecido inicialmente pelas administradoras. Hoje a carta de crédito, além permitir a aquisição de imóvel um imóvel pronto, também podem ser usada no financiamento de construções e reformas.

A idéia surgiu, segundo a superintendente do consórcio Ademilar, Tatiana Reichmann, para atender àqueles que desejavam ter um projeto diferenciado e não um imóvel pronto. "Por meio do consórcio de imóveis é possível comprar o terreno e construir. Para a compra do terreno, o valor do crédito é liberado de uma só vez, já para construir, a liberação dos valores é feita conforme as etapas da construção", explica.

Para tal, Tatiana conta que é preciso um cronograma de obra, feito por um engenheiro, que deverá detalhar o que será construído. Toda vez que a etapa for cumprida, ela afirma que um profissional da administradora de consórcios vai até a obra para acompanhar o andamento e, conseqüentemente, liberar os próximos valores. "Se o valor do crédito for menor que o da obra, o comprador pode utilizar recursos próprios ou mesmo adquirir outra cota, aguardando a contemplação para finalizar o projeto", diz.

Para o eletricitário Hamilton Carlos da Luz, o consórcio de imóveis foi a alternativa encontrada para construir a casa própria. "Se não fosse o consórcio não teria economizado dinheiro para a construção do imóvel", conta. Entretanto, destaca que comprar o imóvel pronto pode ser mais vantajoso. "O engenheiro do consórcio vai uma única vez ao imóvel e libera o total do investimento. Já para construir ele precisa ir ao local diversas vezes. Além de ficar mais demorado, o custo da visita acaba onerando no valor do crédito", argumenta o eletricitário.

Investimento

Além de ser utilizado para construção, o consórcio também se tornou uma forma de investimento. "Algumas pessoas compram para revender. Quando é contemplado, é uma maneira de gerar lucro", diz o gerente regional do Consórcio Apolar, Valderlei Schmidt. Para ele, o motivo pela busca dos consórcios é claro: "o financiamento para construção é muito difícil, já que o banco não possui garantias de que realmente a obra será feita. Além disso, a taxa de juros é muito alta e exige comprovação de renda", compara Schmidt.

Para o presidente do Consórcio União e da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (Abac), Rodolfo Montosa, esse tipo de investimento tem tido uma grande representatividade na economia. "De cada 100 imóveis financiados, 31% são feitos por consórcio", salienta. Montosa estima que, de cada 100 cotas entregues aos consorciadios, 10% são para reforma e outros 20% têm como destino a construção.

Outro aspecto positivo que o presidente analisa é a liberação do FGTS como um acréscimo para a construção ou a reforma. "Já tivemos vários casos de pessoas que conseguiram sacar o dinheiro e valorizar ainda mais o imóvel", completa.

Serviços: Para saber se a administradora de imóvel está regulamentada, consulte o site do Banco Central (www.bcb.gov.br). Ademilar Consórcio de Imóveis, telefone (41) 3023-2000; Consórcio União, (41) 3250-7000; Consórcio de Imóveis Apolar, (41) 2108-1431.

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