Residencial Veneza é um projeto da Construtora Fontanive no Tatuquara, com apartamentos a partir de R$ 140 mil.| Foto: Divulgação

Após um período de retração na oferta de novas unidades, os apartamentos da categoria supereconômica, com preços de até R$ 170 mil, estão voltando ao mercado imobiliário de Curitiba. Entre janeiro e novembro de 2015, três empreendimentos deste perfil foram lançados na capital e somaram um total de 640 unidades, fazendo da categoria a que mais lançou apartamentos no período.

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O número é oito vezes maior do que a oferta lançada no mesmo período de 2014, quando 80 novas unidades foram colocadas à venda na cidade. Os dados são da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR).

O ajuste no preço dos terrenos, que permitiu aos incorporadores viabilizarem seus projetos dentro dos limites da capital, é apontado pelos especialistas como um dos fatores que estimularam os lançamentos. “A viabilização [do projeto] passa pelo preço do terreno, pois existe uma relação porcentual entre o valor da área e o preço de venda da unidade. Como temos menos empreendimentos sendo propostos, os proprietários dos terrenos têm menos procura, o que gera uma redução no preço”, explica Benito Fontanive Júnior, diretor da Construtora Fontanive.

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A elevação do teto, de R$ 170 mil para R$ 200 mil, dos imóveis enquadrados no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) é outro ponto que estimulou a retomada dos investimentos no segmento. Segundo Erlon Rotta Ribeiro, sócio da Construtora Andrade Ribeiro, isso teve reflexos não apenas no custo de construção das obras, mas também na avaliação feita pela Caixa Econômica Federal, fazendo com que empreendimentos que antes ficavam de fora possam ser enquadrados no programa. “Antes, tínhamos que ir para a Região Metropolitana, onde os valores de avaliação e custo são menores”, acrescenta.

R$ 200 mil

É o novo limite de valor estipulado pelo governo para um imóvel ser enquadrado no Minha Casa Minha Vida em Curitiba.

A anterior baixa na oferta, que deixou uma lacuna a ser atendida pelo mercado, é outro aspecto que favorece o segmento, na avaliação de Marcos Kahtalian, consultor de pesquisa de mercado da Ademi-PR e sócio da Brain Bureau de Inteligência Corporativa. “O supereconômico nunca saiu de ‘moda’, pois é uma faixa bastante acessível, correspondendo ao primeiro imóvel das classes de menor renda”, afirma.

Demanda

O fato de ser uma alternativa ao aluguel e de corresponder a um segmento que ainda conta com crédito disponível – garantido pelo FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviços) e com taxas de juros mais atrativas do que as dos financiamentos fora do MCMV – deve fazer com que as empresas olhem com mais atenção para este segmento em 2016. “O primeiro imóvel é a demanda que a pessoa mais tem dificuldade de postergar. E esta é a faixa na qual o valor do aluguel e da prestação são mais próximas”, avalia Ribeiro.

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Kahtalian acrescenta que este movimento é importante para a cidade, pois faz com que o mercado de Curitiba possa atender todas as faixas de renda, o que favorece a qualidade de vida da população.

Lançamentos de médio padrão sobem 36% até novembro

Depois dos supereconômicos, o segmento de médio padrão, com preços entre R$ 400 mil e R$ 600 mil, foi o que mais cresceu entre janeiro e novembro de 2015. A oferta de unidades registrou aumento de 36,6%, com 533 novos apartamentos colocados à venda na capital.

Para Marcos Kahtalian, consultor de pesquisa de mercado da Ademi-PR, a lacuna na oferta desta tipologia, que atende a grande maioria da classe média curitibana, explica o investimento das construtoras nestes imóveis – geralmente com plantas de dois e três dormitórios. “A parcela de mercado que esta faixa atende é muito significativa. Este é tanto o imóvel de entrada da classe média, quanto o de quem busca fazer um upgrade”, explica.

Em novembro do ano passado, 1,97 mil imóveis desta tipologia estavam à venda na capital. O maior volume de unidades em estoque era a de apartamentos de um quarto – padrão especial –, que correspondiam a 22,3% da oferta, com 2,3 mil unidades.

O estoque total era de 10,5 mil apartamentos naquele mês, número considerado bom por Kahtalian. “É um estoque razoável, compatível com o tamanho da cidade. Descontados os imóveis de um dormitório, o estoque familiar típico gira em torno de oito mil unidades, o que é bastante adequado ao mercado da cidade”, avalia.

Supereconômicos

Conheça os empreendimentos com preços de até R$ 170 mil lançados até novembro de 2015.

Villaggio Bérgamo

Endereço: Rua Frei Eurico de Mello, 131, CIC - Curitiba

Unidades: 304 no total, 160 na primeira etapa

Plantas: dois e três dormitórios

Área privativa: 50 m² (dois quartos) e 60 m² (três dormitórios)

Espaços comuns: salão de festas, sala de jogos e quadra poliesportiva

Preço: a partir de R$ 160 mil

Construção: Construtora Andrade Ribeiro

Residencial Veneza

Endereço: Estrada Delegado Bruno de Almeida, 1.410, Tatuquara – Curitiba

Unidades: 224 apartamentos

Plantas: dois dormitórios

Espaços comuns: salão de festa, quadra poliesportiva, playground e piscina adulto e infantil.

Preço: a partir de R$ 140 mil

Construção: Construtora Fontanive

Spazio Connection

Endereço: Rua Padre Manoel de Nóbrega, 424, Fanny – Curitiba

Unidades: 256 apartamentos (entregues em duas etapas)

Plantas: um e dois dormitórios

Área privativa: 43,64 m² e 46,57 m²

Espaços comuns: salão de festas, playground, espaço fitness, gazebo, espaço gourmet, sala de jogos e garrafão para basquete

Preço: a partir de 170 mil

Construção: MRV Engenharia