Valorização de apartamentos novos fica próxima da inflação
Os apartamentos residenciais novos fecharam o mês de novembro de 2014 com valorização média acumulada de 8% no comparativo com o mesmo mês de 2013. O índice ficou 0,9 pontos porcentuais acima da inflação registrada no período, que foi de 7,1% de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O reajuste fez com que o preço médio do metro quadrado privativo subisse de R$ 5,7 mil para R$ 6,2 mil.
"O mercado curitibano veio se corrigindo ano a ano para acompanhar o de outras capitais e o último movimento mais forte aconteceu neste período. Agora, devemos caminhar em um patamar mais tranquilo", analisa Marcelo Alves, gestor executivo de vendas da MRV Engenharia.
As unidades de quatro dormitórios foram as que tiveram a maior alta, 10,3%, com metro quadrado comercializado a R$ 8,5 mil em novembro passado. Para o diretor de pesquisa Ademi-PR, Fábio Tadeu Araújo, os lançamentos de altíssimo padrão no período e o fato de a categoria estar ligada ao mercado de luxo, que a faz menos sensível às interferências econômicas, foram os responsáveis pelo reajuste acima da média. "Este deve ser um segmento de grande potencial também em 2015, pois é um mercado que não participou da primeira fase do boom e que tem possibilidade de crescimento", avalia.
Os apartamentos de um, dois e três quartos mantiveram seus reajustes mais próximos ao índice de inflação do período, registrando um acréscimo de 7,9%, 7,4% e 6,9%, respectivamente.
Estoque
Ao contrário do segmento supereconômico, o estoque geral das construtoras sofreu um acréscimo de 6,2% e passou de 10,5 mil para 11,2 mil unidades entre novembro de 2013 e o mesmo período do ano passado. "Em 2015 devem ocorrer mais lançamentos e vendas, mantendo o estoque mais próximo da faixa das 10 mil unidades", projeta Araújo.
Os apartamentos da categoria supereconômica, com preços de até R$ 170 mil, estão sumindo do mercado imobiliário de Curitiba. Entre janeiro e novembro do ano passado, apenas dois dos 60 empreendimentos lançados na capital tinham esse perfil e somavam um total de 80 novas unidades, contra 416 acrescentadas à carteira das construtoras no mesmo período de 2013.
INFOGRÁFICO: Confira como está o estoque de supereconômicos
A significativa redução dos lançamentos teve reflexos sobre o estoque da categoria, que registrou queda de 41,7% entre novembro de 2013 e o mesmo mês de 2014. Neste intervalo, a oferta de apartamentos à venda caiu de 321 para 187 unidades. Os dados são da pesquisa realizada pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) em parceria com a Brain Bureau de Inteligência Corporativa.
Segundo especialistas, o motivo para a retração dos investimentos neste segmento é o elevado preço dos terrenos na capital, que inviabiliza os projetos geralmente direcionados à demanda do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). "As construtoras não têm encontrado áreas para lançar unidades do programa. A questão não é falta de terrenos, mas de áreas com preço factível", explica Fábio Tadeu Araújo, diretor de Pesquisa de Mercado da Ademi-PR.
A demora do governo federal em definir as regras da terceira fase do MCMV, lançado em julho do ano passado que deixou o setor à espera da correção dos valores praticados pelo programa é outro fator que pode ter contribuído para frear os investimentos em supereconômicos. "O MCMV não atrai mais como no início do programa, pois tem uma venda engessada e um repasse complicado para o banco, com risco de muitos distratos e do aumento do volume de estoque pronto no momento da entrega", avalia Felipe Silveira, gerente comercial da Cyrela, construtora que tem na Living seu braço voltado ao segmento econômico.
Migração
Para viabilizar as obras, as empresas que atuam no setor têm levado seus lançamentos para os municípios da Região Metropolitana, como São José dos Pinhais e Araucária. Marcelo Alves, gestor executivo de vendas da MRV Engenharia, acrescenta que, junto com as unidades, também há a migração dos clientes para estas localidades. Segundo ele, boa parte dos imóveis comercializados nas cidades vizinhas atende os moradores da capital. "A demanda em Curitiba é bem maior do que a oferta. O cliente que hoje mora no Boqueirão se muda para São José dos Pinhais pela possibilidade de compra que encontra lá", conta.
Na avaliação de Araújo, esta migração traz prejuízos para a cidade que, ao não conseguir ofertar moradia para esta população, passa a ter de responder por outras demandas, como a mobilidade urbana. "O poder público precisa encontrar ferramentas que estimulem as empresas a voltarem a atuar no supereconômico. O IPTU progressivo, que já é uma realidade em São Paulo, poderia ser uma alternativa", sugere. A medida aumenta o imposto para terrenos desocupados de forma progressiva, pressionando o proprietário a vender ou dar um uso para a área.
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