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O projeto de paisagismo do novo Laboratório de Genética da UFPR  ocupará uma área de 3,5 mil metros quadrados | Divulgação
O projeto de paisagismo do novo Laboratório de Genética da UFPR ocupará uma área de 3,5 mil metros quadrados| Foto: Divulgação

Plantas hidrófilas

Das cerca de 60 espécies utilizadas nesse projeto de paisagismo, oito estão entre as que mais contribuem no processo de absorção de água:

- Bracatinga (Mimosa scabrella)

- Corticeira do banhado (Erythrina crista-galli)

- Erva-mate (Ilex paraguariensis)

- Bambu-multiplex (Bambusa brasiliense)

- Copo de leite (Zantedeschia aothiopica)

- Inhame imperial (Colocasia esculenta "illustris")

- Sombrinha chinesa (Cyperus alterniofolius)

- Samambaia-crespa (Nephrolepis exaltata)

Fonte: Flavio Egydio de Carvalho, arquiteto, responsável pelo projeto de paisagismo do novo prédio do Laboratório de Genética da UFPR.

O projeto de paisagismo do novo prédio do Laboratório de Imu­no­­ge­­nética e Histocompatibilidade da Universidade Federal do Paraná (LIGH/UFPR), no Centro Politécni­co, em Curitiba, tem co­­mo foco a sustentabilidade. Com soluções simples de executar, uma das finalidades é amenizar as consequências das fortes chuvas, co­­mo alagamentos e enchentes. Um dos métodos encontrados é a construção de canteiros de chuva. O arquiteto e paisagista Flavio Egydio de Carvalho, responsável pelo projeto, argumenta que "gran­­­­de parte do problema que vemos nas cidades, quando chove muito, ocorre porque o meio-fio represa a água nas laterais das ruas". A ideia, segundo ele, é acabar com as barreiras, para que a água possa escorrer, colaborando com a drenagem e uma melhor vazão da água pluvial. "Isso evita sobrecarregar as tubulações em momentos mais críticos e previne que ocorram problemas em áreas a 10, 20 e até 50 quilômetros de distância", diz.

Carvalho aposta em um conceito que é aplicado nas estradas e po­­de ser visto em alguns trechos da Ave­­nida das Torres, em Curitiba, on­­de o meio-fio foi construído no mesmo nível da rua. Nesse projeto, os canteiros são instalados em ní­­veis um pouco abaixo, para ajudar a recolher a água. "O que propusemos é permitir que a água escoe pa­­ra dentro das áreas plantadas e seja melhor absorvida, com a ajuda de espécies de plantas, que, naturalmente, precisam de mais umidade."

O arquiteto se refere a cerca de 60 espécies de plantas hidrófilas, entre árvores, arbustos e herbáceas, que serão plantadas nos canteiros. "O importante é que se utilize espécies nativas. Dessa forma, temos algo bonito, sem comprometer o ecossistema". Em locais onde o meio-fio já existe, é possível realizar cortes, permitindo que a água escoe para dentro dos canteiros -- um sistema também utilizado em outros países.

Telhado verde

Outra solução é o uso do eco-telhado ou telhado verde. Esse tipo de co­­bertura faz a impermeabilização e drena a água da chuva. "Além de pontuar na certificação de sustentabilidade, isola termicamente, reduz a emissão de calor e na fo­­tossíntese, absorve gás e produz oxigênio", afirma o arquiteto José San­­cho­tene, responsável pelo projeto do edifício. A água do prédio do laboratório será filtrada, tratada e reutilizada nos vasos sanitários instalados no prédio. A esti­ma­­­­tiva é de que o sistema permita uma economia de cerca de 3.600 metros cúbicos de água por mês, de acordo com o engenheiro Eduar­­do Ri­­bei­­ro, responsável pelo projeto hi­­dráulico. "Uma casa gasta, em média, 30 metros cúbicos ao mês (30 mil litros ), o equivalente ao con­­sumo em cerca de 120 casas."

A obra

O projeto de paisagismo foi aprovado no começo deste ano e ficará pronto em um ano e meio, a partir do início das suas obras. A pedra fundamental para a construção do novo edifício foi lançada, mas a obra ainda não foi iniciada. A As­­sociação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura – Regional Paraná (Asbea-PR), que coordena todo o projeto, informou que terá início previsto para os próximos meses, mas sem confirmar uma data.

O prédio tem a tarefa de obter o Leed (Leadership in Energy and En­­vironmental Design) de Novas Cons­­truções, certificação emitida pelo Green Building Council Brasil para prédios sustentáveis, seguindo critérios específicos.

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