Histórico
Discussão entre os sindicatos já dura uma semana
Na terça-feira (27), o Sindicon parou para pedir melhores salários e condições de trabalho. Na ocasião, o grupo pedia aumento do valor da cesta básica, de R$ 120 para R$ 150, reajuste de 15% no piso da categoria e equiparação da data-base dos trabalhadores da capital e do interior.
O Secovi-PR fez proposta de reajuste de 8%, com ganho real em torno de 0,7%, reajuste no piso de, em média, 10,5% e equilíbrio nos salários entre profissionais do interior e da capital em maio de 2013. Atualmente, o piso de porteiro é R$ 681; de zelador, R$ 785; e de serventes, R$ 617.
Quem procura imóvel para morar quer o conforto e a segurança propiciada por uma portaria, que faz o filtro na entrada de visitantes, prestadores de serviço e recebe encomendas e correspondências. No entanto, a classe profissional que representa os trabalhadores de condomínios está, há mais de uma semana, em desacordo com o sindicato patronal do setor. A negociação entre as entidades, que envolve condições de trabalho e valores dos pagamentos, ainda não interfere no dia a dia de condôminos.
Na terça-feira (27), o Sindicato dos Empregados em Condomínios no Paraná (Sindicon-PR) começou uma paralisação para sensibilizar o Sindicato da Habitação e Condomínios no estado (Secovi-PR) e a negociação não chegou a um ponto final. Até ontem, os grupos ainda permaneciam sem decisões, que estão sendo intermediadas pela Delegacia Regional do Trabalho (DRT).
O Sindicon comenta que não há uma previsão para que a discussão chegue ao fim e que isso vai depender da atitude do Secovi-PR. "Eles querem que a gente aceite, mas não concordamos que só o trabalhador tenha de ceder. Eles também poderiam oferecer mais", reclama o presidente da entidade, Hélio Rodrigues da Silva. O grupo que representa os trabalhadores pleiteia reajuste de 15% nos salários e equiparação dos pisos para funcionários lotados na capital e no interior do estado. Eles também pedem melhorias nas condições de trabalho, que consideram degradantes. "Há locais onde não há nem banheiro para o uso dos porteiros. Não há vestiário ou chuveiros que os trabalhadores possam usar e muito menos refeitórios", reclama Hélio.
A presidente do Secovi-PR, Liliana Ribas Tavarnaro, comenta que o grupo faz pedidos que não podem ser atendidos. "A situação está desconfortável, mesmo que não tenha ônus para os condôminos. Nós já fizemos muitas reuniões, mas não conseguimos concordar em nada porque o grupo sempre muda as reivindicações, a cada reunião. Por isso está tão difícil encontrar o consenso", diz. Ela acredita que o Secovi-PR já atingiu as expectativas iniciais do grupo e agora é preciso que os trabalhadores cedam.
Negociação
Para o Secovi-PR, a reação dos trabalhadores é novidade. "Há mais de 20 anos nós fazemos essa negociação, sem grandes problemas. Vemos que é um movimento atípico e ficamos preocupados com a real motivação dessa mudança", explica Liliana. Nos primeiros dias de paralisação, as portas do Secovi-PR, que fica no centro de Curitiba, tiveram de ser fechadas e o funcionamento ficou prejudicado. "Nos primeiros dias, a agressividade do grupo causou prejuízos sérios para o nosso trabalho", aponta.
De acordo com ela, depois de uma semana de negociação, as ofensas passaram a ser pessoais. "Os trabalhadores começaram a agir como se fosse eu ou outra pessoa da diretoria do Secovi-PR que tomasse as decisões, mas é um conselho de síndicos que se reúne para discutir isso", explica. Para ela, os trabalhadores precisam entender que condomínios dependem de rateio de despesas e não são lucrativos, como empresas.
Grupo faz planos para outras paralisações
Essa é a primeira paralisação da classe no estado. "Nosso movimento é histórico, é a primeira paralisação da classe no Paraná", relata. Ele explica que o grupo está insistindo porque sempre cedeu por muitos anos. Agora, vão insistir para receber as melhorias.
"Nosso grupo ainda está desacostumado com esse tipo de movimentação, mas, independente do resultado dessa negociação, já estamos planejando ações futuras", diz o presidente da entidade, Hélio Rodrigues da Silva. No plano do sindicato estão visitas aos associados para preparar os trabalhadores. "Nossa classe ainda fica acanhada, não estão acostumados. Mas a gente quer preparar nosso trabalhador, já pensando na negociação em 2013", admite.
Para o Secovi-PR, a atitude do sindicato não parece natural. "Não sabemos o que está motivando o grupo, mas parece ser algo além da negociação dos salários", diz Liliana Ribas Tavarnaro, presidente da entidade. De acordo com ela, a situação é inédita e gerou conflitos. "O fato de os trabalhadores e sindicalizados do Secovi nem poderem se aproximar do prédio, já demonstra que eles não querem acordo", comenta.
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