
De mudança
Um pulo para o trabalho
O técnico em eletrotécnica e empresário Julio Frois dos Santos e a mulher, Karina Mara Stall, compraram uma casa em Campo Largo, para onde devem mudar em janeiro do ano que vem. O casal tem uma empresa localizada no centro de Curitiba e, até pouco tempo, morava no bairro Pinheirinho. Somente no trânsito era uma hora para ir e outra para voltar do trabalho todos os dias. Foi um dos principais motivos para o casal decidir mudar de cidade. "Por enquanto estamos morando no centro. Quando mudarmos, o tempo de deslocamento será de 25 minutos de casa até o trabalho, por ser bem mais rápido o acesso pela BR (277)", afirma Santos. Outro quesito importante foi o valor do metro quadrado, que saiu por cerca de R$ 2 mil. A casa tem 70 metros quadrados e custou R$ 146 mil. "Em Curitiba, por esse mesmo preço, encontrei somente apartamento e com no máximo 56 metros quadrados."
A tranquilidade, o menor fluxo de veículos e a facilidade de acesso estão entre os principais motivos que atraem moradores de Curitiba para a região metropolitana, a fim de firmar moradia, sem deixar de manter outras atividades, como emprego e escola, na capital. Os municípios de São José dos Pinhais (16 km), Campo Largo (31 km) e Araucária (27 km) estão entre os preferidos. O preço também é vantagem pelo fato de a oferta de terrenos ser maior nessas cidades.
Metade dos imóveis novos do município de Campo Largo é adquirida por pessoas que moram em Curitiba, revela o diretor da Clarim Imóveis (imobiliária que atende o mercado local), Clair de Souza. "Esse movimento acontece de forma crescente nos últimos seis anos. O que tem atraído os compradores é o fato de a cidade ser mais tranquila, com menos tráfego de veículos e com facilidade de acesso à rodovia que liga Campo Largo a Curitiba", diz.
A ideia é estar a 10 ou 15 minutos de distância do local de trabalho, comenta o sócio-proprietário da Construtora Strobel, Félix Strobel Júnior, responsável pela obra do Condomínio Veredas, no bairro Águas Claras. Dos 194 lotes, cerca de 40 estão vendidos, sendo a metade para pessoas que residem em Curitiba. "As pessoas demonstram querer qualidade de vida, como se estivessem em uma cidade de interior", avalia Strobel Júnior.
Segundo Souza, o valor do metro quadrado dos imóveis novos da cidade custa R$ 2,5 mil, em média. A maior parte dos interessados é de regiões próximas, como São Braz, Campo Comprido e Cidade Industrial de Curitiba, que adquire o primeiro imóvel para morar. "São principalmente casais jovens, recém-casados ou prestes a casar que, mesmo com a mudança de cidade, continuam a trabalhar em Curitiba", relata. As casas em condomínio, com dois ou três dormitórios, nos bairros Vila Bancária, Águas Claras e Ouro Verde são as mais procuradas, tanto por empreendimentos econômicos quanto para imóveis de médio padrão.
Condomínios horizontais
Com a escassez de áreas para construções horizontais, a opção ganha força na região metropolitana, destaca o presidente da Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) e presidente do Grupo Hestia, Gustavo Selig. "A pouca oferta faz com que os preços sejam elevados. Na região metropolitana é possível morar em um condomínio de alto padrão a um custo bem mais interessante", diz. Na comparação com a região central de Curitiba, a variação de preço pode chegar a 40%. "Campo Largo e Araucária se destacam nesse segmento, com muitas casas e condomínios de luxo. Até médio padrão, há um forte movimento para a verticalização."
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