Assembleia
Condômino pode reclamar
Em alguns momentos as atitudes e procedimentos adotados pelos síndicos são questionados pelos moradores. Nestes casos os condôminos podem buscar os seus direitos. O primeiro passo é procurar o vice-síndico caso o condomínio tenha esse representante ou o presidente do conselho consultivo, sempre formado pelos moradores. "Se o morador achar que o síndico não está agindo de forma correta, ele pode recorrer a assembleia de moradores", afirma Dirceu Jarenko, vice-presidente da área de condomínios do Secovi-PR.
Exposto o motivo da divergência, o assunto será debatido em assembleia o grupo ficará encarregado de tomar uma decisão. "A assembleia tem poder maior que o do síndico e cabe a ele obedecer a decisão", diz Jarenko.
Para a síndica do Parque Residencial Fazendinha, Siomara Freitas Kaltowski, o responsável pela administração do local precisa atuar dentro do regimento e da convenção internos para evitar que a situação chegue a situações extremas. "Precisa ser imparcial e fazer cumprir as normas, inclusive para ele", afirma.
Outra opção é recorrer ao departamento jurídico do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR), que pode orientar tanto o morador como o síndico. As consultas são gratuitas e podem ser feitas pelo telefone (41) 3259-6000 ou na sede do Sindicato na Rua Prudente de Morais, 291.
Problemas
Animais, vagas e adolescentes
No topo do ranking de divergências entre os moradores de um condomínio estão os animais domésticos, o comportamento dos adolescentes e as vagas de estacionamento. Na maioria das vezes, os problemas quanto aos espaços para estacionar os automóveis ocorrem quando não existe vaga marcada. "Quando o prédio não tem espaços definidos acontece de faltar para alguém, porque muitos acabam usando mais do que podem", diz o vice-presidente da área de condomínios do Secovi-PR, Dirceu Jarenko.
Algumas profissões ou funções, independentemente da competência da pessoa responsável pelas tarefas, são alvos constantes de críticas entre os brasileiros. Neste sentido, o síndico, assim como o árbitro de futebol, tem uma tarefa das mais ingratas mesmo desempenhando um bom papel, resolvendo os problemas entre os moradores e trabalhando diariamente para manutenção da ordem no edifício, ele é, muitas vezes, visto pelos moradores com certa desconfiança e alvo de várias reclamações.
Apesar disso, a atividade de administrar um condomínio mudou bastante nos últimos anos, as pessoas que assumem esta função vêm buscando qualificação. Antigamente, não raro era encontrar o posto ocupado por um morador aposentado, disposto a ocupar o tempo livre, ou por uma dona de casa que "sabia tudo que acontecia no local". Diante do aumento do porte dos condomínios hoje é possível encontrar locais com mais moradores que a população de pequenas cidades , as exigências do mercado e as obrigações trabalhistas e tributárias, exige-se que o síndico seja um profissional preparado e entendedor das diversas áreas relacionadas ao trabalho.
"Não existe mais espaço para amadores", afirma o vice-presidente da área de condomínios do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR), Dirceu Jarenko. "A pessoa precisa entender de economia, recursos humanos, mediação, legislação, administração e até mesmo um pouco de psicologia", argumenta.
Jarenko considera que administrar um condomínio é semelhante à administração de uma empresa. Ou seja, é preciso saber gerenciar os funcionários, evitando ações trabalhistas, e ter responsabilidade com as despesas e receitas, para não gerar prejuízo. "A única diferença é que o condomínio não gera lucro. Mas é preciso gerenciar empregados, pagar contas, mediar conflitos e acompanhar as mudanças da legislação, entre outras situações."
Função
De uma forma geral, o síndico é uma espécie de prefeito, uma vez que é o representante legal e responsável pelo gerenciamento e administração do local, tudo de acordo com as regras estipuladas pela convenção do condomínio.
A síndica do Parque Residencial Fazendinha, atualmente o maior condomínio residencial de Curitiba, Siomara Freitas Kaltowski, conhece bem as tarefas da profissão. Há sete anos no cargo, ela sabe que os tempos mudaram e os moradores estão cada vez mais exigentes. "As pessoas estão mais conhecedoras dos direitos. O síndico deve ajudar a fazer cumprir não só os direitos, mas os deveres também", aponta. Nas 640 unidades do residencial moram cerca de 2,7 mil pessoas.
Para o vice-presidente da área de condomínios do Secovi-PR, um bom síndico precisa receber as reclamações, entrar em contato com o outro lado e, dentro do possível, procurar a harmonia entre as partes. "Não pode sair multando. Precisa haver parcimônia e intermediar a situação", explica.
Todavia, não havendo acordo, a solução é aplicar advertência verbal, escrita e, em último caso, multa. Siomara destaca que, além da atuação do síndico, o morador precisa saber que o direito dele termina quando começa o do outro. "Há pessoas que só sabem dos seus direitos e esquecem as outras pessoas. O principal é saber exercer a tolerância e saber conviver com pessoas diferentes", ressalta.
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