As necessidades especiais dos usuários atendidos pela Associação Franciscana de Educação ao Cidadão Especial (Afece) e a possibilidade de oferecer adaptações e melhorias na arquitetura e decoração de interiores para facilitar a prestação de serviços na nova sede da instituição foram o ponto de partida para os alunos do curso de pós-graduação em Projeto de Interiores do Centro de Educação Profissional de Design, Artes e Profissões (Cepdap). Eles desenvolveram projetos que foram apresentados como atividade prática para a disciplina de Projeto Especial e que serão doados para a entidade.
"Essa é a primeira vez que ministramos a disciplina e buscamos um foco social, voltado para o cidadão, com base em uma necessidade real. Não basta propor um projeto de decoração, é preciso que ele atenda problemas reais, do dia a dia das pessoas", explica a professora Líbia Patrícia Peralta Agudelo, orientadora do projeto. Líbia conhecia o trabalho e as necessidades da Afece, que mantém a Escola de Educação Especial São Francisco de Assis, que presta serviços em educação, saúde e assistência social para pessoas portadoras de necessidades especiais na área intelectual e mental, com acentuado grau de comprometimento, associada ou não a outras necessidades. "É uma entidade que chamou minha atenção pelo público que atende e pelo trabalho que realiza. Apresentei a sugestão, que foi aprovada e colocada em prática em apenas 25 horas de aula", pontua a professora.
Os 25 alunos, divididos em equipes, trabalharam as transformações de seis ambientes: sala de arte, banheiro, área de educação infantil, sala de fisioterapia, paisagismo e uma réplica de casa modelo, que deve servir como local de treinamento para as famílias aprenderem a interagir com o ambiente doméstico de um portador de necessidade especial.
Para o espaço de artes, por exemplo, as alunas Ana Claudia Vadi, Christiane Guarido, Loraine Voos e Thayane Portes propuseram a integração entre duas salas existentes e a eliminação dos degraus na entrada, para facilitar o acesso de cadeirantes e usuários com debilidade motora. O reposicionamento das mesas melhora a circulação e as pias de lavagem em duas alturas ficam mais acessíveis para o uso, bem como sugestões de iluminação mais eficiente para o espaço, entre outros itens.
Christiane Guarido, uma das responsáveis pelas adaptações na sala de artes, destaca o reaproveitamento do mobiliário existente no local, como as mesas e os armários. "O projeto envolve aspectos estruturais e de decoração. Como a execução depende da ajuda dos parceiros que colaboram com a Afece, procuramos aproveitar o máximo possível o que a instituição possui. Prezamos pelo trabalho em equipe, unindo a competência de cada uma de nós em diferentes áreas de atuação", diz Christiane.
Na sala de fisioterapia, priorizou-se áreas de atendimento privativas, com painéis de abertura flexíveis que permitem ampliar a área conforme a necessidade, e aparelhos que mantenham uma sequência em circuito. Nos banheiros, áreas mais reservadas evitam a exposição desnecessária dos usuários. Na área externa, a proposta é de um jardim sensorial para estimular os sentidos por meio de cores, aromas e texturas das plantas.
Para a diretora da executora da Afece/Escola São Francisco de Assis, Maíra de Oliveira, o acompanhamento do projeto ocorreu de maneira sistematizada e conforme as demandas geradas pelos alunos. "O levantamento das necessidades foi traçado após a apresentação de nossa realidade. Esse projeto nos ilustrará como podemos proporcionar um espaço mais apropriado e confortável para nossa equipe e para os assistidos. Ainda não tivemos acesso na íntegra ao projeto, mas sabemos que ele terá muito a contribuir."
Líbia considera o resultado positivo. "Os alunos conseguiram ouvir a necessidade do cliente e fizeram bons projetos. É isso que esperamos de bons profissionais. Vamos enviar o material para a avaliação e aprovação da Afece e o próximo passo será a apresentação aos potenciais colaboradores, para que possa ser colocado em prática." Para as alunas, a atividade serviu como um complemento que torna a profissão ainda mais satisfatória. "Serviu para reforçar a visão de que um projeto de interiores pode ajudar o próximo e melhorar o seu dia a dia, indo além de uma simples proposta de decoração", afirma Christiane.
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