Aumento da oferta de imóveis para locar torna o mercado mais competitivo e é preciso oferecer um produto atrativo sem aumentar preço| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Mercado

Nos últimos 12 meses, preço do aluguel variou 2,88%

A pesquisa mensal realizada pelo Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial – um dos agentes de serviço do Sindicato da Habitação no Paraná (Secovi-PR), mostra que o preço dos alugueis de imóveis residenciais, com relação a junho, variou 1,2%. Os destaques da pesquisa, que puxaram a média, foram as kitinetes, que cresceram 3,38% e apartamentos com dois dormitórios (2,69%). A variação média para os últimos 12 meses ficou em 2,88%.

O índice de locação sobre a oferta de residenciais ficou em 12% em julho. O índice apresentou um decréscimo de pouco mais de um ponto percentual em relação a junho, quando a média foi de 13,38%. Isso significa que a locação foi um pouco mais lenta no último mês.

Segundo o presidente do Inpespar e vice-presidente de economia e estatística do Secovi, Luiz Fernando Gottschild, o mercado imobiliário, de maneira geral, vive um momento de estabilidade. "Não estamos mais naquele momento de euforia que tivemos entre 2005 a 2011, quando as vendas estavam acima da média", explica. "Os dados nos demonstram pequenas variações mês a mês e a tendência é de que o mercado continue estável e, com relação aos preços, vemos que estão acompanhando a inflação", pondera.

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Augusta Loch, gerente da Senzala Imóveis, diz que investimento no imóvel significa locação acelerada
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O grande volume de imóveis novos sendo entregues em Curitiba vem aumentando o leque de opções para quem busca alugar casa, apartamento ou ponto comercial. Muita gente que comprou imóvel na planta está saindo do aluguel e passando para a casa própria. Outra parcela significativa dos compradores de lançamentos é formada por investidores, que agora colocam as unidades para alugar em busca do rendimento. É um bom momento para o inquilino, que pode escolher com calma onde quer morar ou instalar seu negócio, pedir benfeitorias no imóvel e negociar o preço.

"Há um crescimento, mas isso não significa que está sobrando imóvel para alugar, e sim que o inquilino tem opção de escolha e pode decidir melhor", comenta a gerente-geral do Grupo Gonzaga, Lucia Shaicoski. Ela diz que o cenário é diferente de alguns anos atrás, quando a oferta era menor. Agora, o proprietário precisa pensar duas vezes antes de negar uma reforma e tem de estar aberto a renegociar o valor do aluguel – do contrário, corre o risco de ficar com o imóvel vazio e amargar prejuízo.

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"O inquilino está com o poder de barganha. É importante deixar claro para os proprietários que eles podem ter de abrir mão de R$ 50 ou R$ 100 mensais, mas isso é melhor do que perder o cliente, principalmente se for um inquilino pontual no pagamento", comenta a gerente da Senzala Imóveis, Augusta Coutinho Loch.

Equívocos

Ela conta que muita gente que pretende colocar o imóvel para locação "determina" o valor equivocadamente falando com vizinhos ou observando anúncios no mesmo bairro. "Há quem converse com outros moradores do mesmo condomínio para saber sobre preços. Essa pessoa chega na imobiliária acreditando que aquele valor é viável, mas há muitas outras variáveis de mercado que devem ser consideradas", diz Augusta.

Na Gonzaga, os proprietários começaram a ser contatados há cerca de doze meses para conversar. O objetivo era mostrar o cenário atual do mercado imobiliário de locação. "Nossos gerentes passaram a explicar que seria necessário estar aberto à negociação e que é preciso fazer investimentos no imóvel para manter o inquilino, pois ninguém quer ficar em um lugar que apresenta problemas", conta Lucia Schaicoski.

Atraente

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O proprietário precisa colocar elementos atrativos no imóvel, incluindo mobiliário e reformas, explica Augusta Loch. "O investimento no imóvel significa que você vai locar mais rápido e não por um preço maior", diz a gerente da Senzala.

Demora para locar pode significar preço alto demais

A velocidade de locação é um fator que não pode ser desconsiderado, aponta Henrique Vianna, diretor de locações do Grupo Apolar. Imóvel parado representa custo para o locador, entre taxas de condomínio, impostos e outros itens.

"Se o imóvel fica mais de três meses anunciado sem fechar negócio é hora de o proprietário fazer alguma coisa", ressalta. "Deve-se levar em conta a questão custo-benefício e as oscilações do mercado ao decidir baixar o valor do aluguel ou investir em melhorias".

Rendimento

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Vianna explica que o rendimento mensal do imóvel colocado para locação está girando entre 0,5% a 0,7% do valor do bem, podendo alcançar até 0,8%. "Claro que há exceções, mas essa tem sido a média", aponta. Apartamentos em estilo loft, novos e mobiliados, são os imóveis que alcançam boa rentabilidade no mercado.

Para Augusta Loch, da Senzala Imóveis, as características desse momento não devem se prolongar. Ela acredita que dentro de pouco mais de um ano a relação entre oferta e procura deve ficar mais equilibrada, inclusive com imóveis de maior qualidade à disposição dos locatários.