Ficha da prisão de Sônia Hadad Hernandes, divulgada pela polícia de Palm Beach, nos EUA| Foto: Divulgação/Polícia de Plam Beach

Raspas de pneu, tubos de pasta de dente, bambu. Itens pouco aproveitados ou que poderiam ir direto para o lixo têm se tornado matéria-prima de produtos destinados à construção civil. Resultados da pesquisa e da criatividade brasileira.

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O professor de Engenharia da Construção Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Eloy Casagrande Júnior, afirma que o uso de materiais alternativos pode ser um nicho de mercado para os fabricantes e para as construtoras. Uma prova disso é que há cerca de um ano e meio a Designerê Arquitetura Sustentável – empresa que vende o conceito ecologicamente correto – está incubada na UTFPR e tem apresentado bons resultados.

Casagrande Júnior, que possui uma casa construída dentro deste conceito, diz que os gastos na construção ficaram entre 30% e 40% mais baixos. Na casa foram usados materiais que vieram de imóveis demolidos. Ela foi projetada para ter refrigeração natural (por causa da posição das janelas), e conta com captação de água da chuva e painel de energia solar.

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O professor cita alguns produtos alternativos. Um deles é o tijolo chamado solo e cimento. Ele tem como ingredientes a areia, a argila e cerca de 10% de cimento. O tijolo não é queimado, mas compactado a frio, portanto não polui. Além de ecologicamente correto, o uso deste tijolo pode reduzir em 30% o tempo da obra, explica Casagrande Júnior. Isto porque à medida que a casa vai sendo erguida, vão sendo feitas as instalações elétricas e hidráulicas. "É como um lego (jogo de montar)", brinca.

O bambu é outro exemplo, lembra o professor. Na forma de laminado, ele pode ser usado para piso ou forro. "É um material fantástico e o Brasil o despreza. Na China, há mais de 100 fábricas que reaproveitam o produto", conta.

Patrícia de Oliveira Maggi, professora de Construção Civil e Ciência e Tecnologia de Materiais do Centro Universitário Positivo (Unicenp) também dá alguns exemplos de materiais ecologicamente corretos. A chamada brita leve, usada como material para concreto não-estrutural, leva restos de chinelo de borracha. Outro material são as telhas feitas com caixas de leite longa vida.

Na avaliação de Patrícia, o consumidor se preocupa primeiro com o preço quando compra produtos de construção e não necessariamente se é ecologicamente correto. "As pessoas estão tendo maior consciência ecológica, mas em outras áreas", diz.